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Com temperatura ultrapassando os 30°C na manhã desta segunda-feira (10), era difícil permanecer dentro das salas de aula da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Sylvio Torres. A instituição, localizada no bairro Agronomia, na zona leste de Porto Alegre, apresenta uma estrutura precária e falta de itens básicos.
No terceiro andar, onde fica parte das salas de aula, os ventiladores de teto e de parede não funcionam. Os equipamentos estão danificados, estragados ou com fiação arrebentada. O sol invade o local e torna a sensação térmica ainda maior – não há cortinas nas janelas e, por isso, todas as classes são acomodadas em apenas um lado.
Grande parte da estrutura elétrica da instituição está exposta, trazendo riscos para quem frequenta o local. Na secretaria escolar, que fica no térreo, há um ar-condicionado funcionando parcialmente. No entanto, os cabos de energia elétrica estão caídos próximo às mesas.
— Faltam ventiladores, os que estão aqui nem ligam. Precisamos de manutenção da rede elétrica e na estrutura da parte externa. Algumas salas não possuem lâmpadas. Precisamos muito de ajuda e um olhar com atenção para nossa situação — contou Ana Claudia Nunes Corrêa, 58 anos, que assumiu a direção da escola no mês de janeiro.
O início do ano letivo estava marcado para ocorrer nesta segunda, mas foi adiado em razão de uma decisão liminar da Justiça atendendo a pedido do Cpers, devido ao calor extremo que assola o Estado. Ainda não há data confirmada para o retorno das aulas.
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Estrutura
Atualmente, 196 estudantes estão matriculados na instituição em turmas do 1º ao 9º ano. A estrutura conta apenas com um bebedouro, que fica dentro do refeitório.
Além da parte estrutural, falta mão de obra. Conforme a direção, o colégio tem só uma funcionária para o serviço de limpeza. Diante disso, voluntários da comunidade auxiliam no processo.
É o caso do garçom William de Oliveira, 36 anos. O filho dele, de 6 anos, estuda na escola e acompanhava o pai durante a limpeza das salas:
— Estou ajudando como posso. Uma escola grande e importante para a comunidade estar desse jeito é triste. Como vamos deixar as crianças para a aula com essa situação? Sem ventilador ou uma cortina para tampar o sol. Esqueceram da gente — lamenta.
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Segundo a direção da escola, o cenário foi encaminhado para a Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) e para a 1ª Coordenadoria Regional de Educação. No entanto, desde janeiro não houve retorno do que será feito.
O que diz o Estado
A Seduc informou que, em preparação ao novo ano letivo, "foram destinados R$ 180 milhões" para as escolas da rede por meio do Agiliza Educação. Conforme a pasta, o programa "acelera a resolução de problemas pontuais", com recursos podendo ser utilizados em despesas de custeio, como reparos, compra de materiais didáticos e de limpeza, de ar-condicionado, ventiladores e lâmpadas, entre outros.
Segundo a Seduc, a Escola Sylvio Torres recebeu, apenas do Agiliza, em 2024, mais de R$ 58 mil. Ao longo do ano, o repasse da secretaria foi de R$ 106 mil.