Até março de 2024 devem ser aplicadas as provas da primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Organizado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, trata-se de uma prova única, aplicada no mesmo dia em 179 municípios brasileiros, seguindo os moldes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Ao todo, a seleção vai oferecer 6.640 vagas para atuar em órgãos públicos federais, incluindo ministérios, agências, autarquias e entidades do governo federal. Serão 5.948 vagas destinadas para quem tem Ensino Superior e 692 para nível médio. Os salários podem chegar até R$ 22,9 mil. O processo seletivo foi organizado em oito blocos temáticos:
- Administração e Finanças Públicas
- Agências Reguladoras e Infraestrutura
- Agricultura e Meio Ambiente
- Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação
- Políticas Sociais, Justiça e Saúde
- Trabalho e Previdência
- Dados, Tecnologia e Informação
- Nível médio de formação
Até o dia 20 de dezembro serão divulgados os oito editais do concurso, um para cada uma dessas áreas, com informações como requisitos, vagas, salários, conteúdo programático, formato de inscrição, critérios de seleção, data e locais das provas. Ao fazer a inscrição, o candidato deve escolher sua principal área de interesse, com base em sua formação, e indicar o cargo/carreira por ordem de preferência entre as vagas.
Formato das provas e como estudar
No dia da avaliação, além da prova objetiva, comum a todos os candidatos, os participantes terão de resolver a respectiva prova específica, que exige conhecimentos voltados para o bloco temático escolhido, bem como redigir uma redação. As questões específicas serão definidas pelas comissões organizadoras dos determinados órgãos e entidades públicas.
Para quem está se preparando para prestar o concurso, valem as mesmas estratégias tradicionais de preparação para as demais provas, seja o caso de “concurseiros” já acostumados à etapa de estudos ou não. Conforme a secretária adjunta de gestão de pessoas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Regina Camargo, uma boa dica é não focar na “decoreba”, mas sim em absorver o conteúdo.
— É um certame pioneiro em seu formato. O concurso será realizado em apenas um único dia, na parte manhã, com a prova objetiva, e à tarde, com a prova específica e redação. De manhã, os candidatos farão uma prova de conhecimentos gerais, com conteúdos aos quais já estão acostumados, como matemática, raciocínio lógico, língua portuguesa e interpretação de texto. A maioria dos candidatos já estão preparados para isso — diz a secretária, que está envolvida no desenvolvimento do processo seletivo.
A elaboração da prova fica a cargo da Fundação Cesgranrio, banca definida pelo governo federal. Na parte de conhecimentos específicos, além de questões objetivas, será exigida a redação, que pedirá um tema relacionado ao bloco temático escolhido. — Por exemplo, se um candidato for graduado em Biologia, é interessante que ele escolha um bloco ligado a ciências da natureza, meio ambiente ou saúde. Isso vai facilitar na hora da prova específica — destaca Regina.
A diretora da Mano a Mano Cursos Preparatórios, Carla Mano, segue a mesma linha. A professora ressalta que a iniciativa do Concurso Nacional Unificado vai facilitar a preparação dos candidatos, já que se trata de uma prova única que vai oferecer a possibilidade de concorrer a diversas vagas na administração pública federal.
— Normalmente, os vários concursos têm diferenças entre as provas. Fazer uma prova só vai facilitar muito o processo. Além de língua portuguesa e raciocínio lógico e quantitativo, devem cair temas como direito constitucional, as bases da administração pública, fundamentos do direito administrativo, ética, poder público e a realidade brasileira, políticas públicas e de desenvolvimento. Tudo isso deve estar inserido na parte de conhecimentos gerais — explica a professora.
A instituição de Santa Maria terá um curso preparatório voltado especialmente para o CNU, cujas aulas devem começar no dia 4 de janeiro. Carla destaca que a novidade pode ser positiva em termos de segurança. — No momento em que se faz uma prova unificada, é mais difícil que aconteça vazamento das provas, a segurança é reforçada. Esse concurso é uma grande inovação, que aproveita os aprendizados de anos de experiência do governo federal com o Enem — afirma.