
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira — a B3 —, fechou em 125.588, com queda de 1,31%.
O índice abriu esta segunda-feira (7) em queda, acompanhando o movimento dos mercados financeiros globais (veja mais abaixo). Na sexta (4), o Ibovespa já havia recuado 2,96%.
Devido ao temor de uma guerra comercial que provoque recessão em larga escala, desencadeada pelas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos contra seus parceiros comerciais, bolsas de valores da Ásia e da Europa desabaram nesta segunda-feira.
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Cenário mundial
O índice mais alarmante nesta segunda-feira (7) foi em Hong Kong, que registrou queda de 13,22% em seus indicadores — o pior resultado em uma sessão desde 1997, durante a crise financeira asiática.
Também foram afetadas as bolsas de Tóquio, no Japão, com queda de 7,8%; de Seul, na Coreia do Sul, com redução de 5,6%; e de Sydney, na Austrália, que registrou queda de 4,2%.
Tarifaço de Trump
Donald Trump desencadeou uma tempestade nos mercados comerciais na semana passada, com o anúncio de série de tarifas sobre países de todo o mundo. O pacote incluiu alguns de seus principais parceiros comerciais, como China e União Europeia.
Trump acusa estes países de saque e, em consequência, decidiu impor tarifa universal de 10% a todos os produtos importados pelos Estados Unidos.
A partir de quarta-feira (9) devem entrar em vigor tarifas para os principais parceiros comerciais de Washington, incluindo a União Europeia (20%) e China (34%).
Retaliação chinesa
O governo da China anunciou que prepara "esforços extraordinários" para compensar os efeitos das tarifas, após Pequim anunciar cobrança de 34% a importações dos EUA, em resposta ao total de 54% de sobretaxas impostas por Trump.
O banco central do país anunciou poderá cortar taxas de juros a qualquer momento, e o governo garantiu que seguirá dando apoio para companhias estrangeiras, mesmo as americanas.
Mais de 50 países já pediram negociações sobre tarifas aos EUA.
Impacto no Brasil
No caso do Brasil, a base para todos os produtos é de 10%. Aço e alumínio, que têm taxas próprias já anunciadas, seguem com 25%.
Para especialistas em comércio exterior consultados por Zero Hora, as tarifas impostas ao Brasil "ficaram dentro do esperado", e o efeito geral na atividade econômica brasileira, pelo menos em um primeiro momento, deve ser moderado.