
O índice Ibovespa – principal indicador do mercado de ações brasileiro, operado pela B3 – registrou mais um dia de queda nesta terça-feira (8), após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que as tarifas sobre as importações chinesas para os EUA subirão para 104%. A bolsa brasileira recuou 1,32%, aos 123.931,89 pontos, enquanto o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,997, com alta de 1,46% em relação ao real.
As bolsas asiáticas encerraram o pregão em alta nesta terça-feira, recuperando-se parcialmente das fortes quedas do dia anterior, em meio a preocupações com os impactos do chamado “tarifaço” do governo Trump.
Liderando os ganhos na Ásia, o índice japonês Nikkei subiu 6,03% em Tóquio, alcançando o melhor desempenho diário desde 6 de agosto do ano passado. O avanço foi impulsionado pelos ganhos de empresas de tecnologia e pela perspectiva de negociações entre Japão e Estados Unidos sobre tarifas.
O índice Hang Seng avançou 1,51% em Hong Kong, revertendo apenas uma fração da drástica queda de cerca de 13% registrada na segunda-feira (7). Já o sul-coreano Kospi teve uma modesta alta de 0,26% em Seul, interrompendo uma sequência de quatro sessões consecutivas de baixa. Na contramão, a bolsa de Taiwan registrou nova queda, de 4,02%.
Bolsas europeias
Na Europa, o cenário também foi positivo para a maioria das principais bolsas do continente, com os mercados repercutindo de forma favorável as negociações que Trump afirma estar conduzindo com outros países.
Os principais mercados acionários europeus abriram no azul após três sessões consecutivas de queda, impulsionados pelos ganhos observados no mercado de ações japonês.
Retaliação chinesa
Os resultados das bolsas também refletem a confirmação de tarifas de 104% dos EUA contra a China, confirmadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça. A medida é uma retaliação à aplicação de 34% pela China sobre produtos dos Estados Unidos.
O estrategista de ações da Nomos, Max Bohm, afirma que ainda há incerteza sobre a as ações dos dois países.
— O mercado esperava um clima mais ameno dos EUA em relação à China, no sentido de sentar para conversar, tentar chegar a um denominador comum. E não é isso que estamos vendo. Estamos vendo uma escalada — afirma.
Segundo o sócio da One Investimentos Pedro Moreira, por ora o mercado ainda trabalha com uma possível escalada mais forte entre EUA e China nessa guerra comercial envolvendo tarifas.
— Isso causa mais volatilidade e pânico ao mercado, fazendo com que as bolsas reajam de forma negativa — disse.
Em relação a pressão cambial, a colunista de Zero Hora Marta Sfredo afirma que é influenciada pela desvalorização do yuan, moeda chinesa, frente ao dólar.
Como o mercado brasileiro é líquido – é fácil de fazer e desafazer transações financeiras –, há intensa procura para compra, inclusive com objetivo de proteção, via mecanismos de hedge (operações que dão garantia a quem as faz de obter ganho igual ao cambial).
Confira o desempenho das principais bolsas da Europa:
- Alemanha: +2,48%
- Espanha: +2,37%
- França: +2,50%
- Holanda: +2,82%
- Itália: +2,44%
- Reino Unido: +2,71%
- Suíça: +3,09%