O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, esteve em Porto Alegre neste domingo (29) e nesta segunda-feira (30), participando de eventos do setor de transporte. O principal deles foi um almoço no hotel DeVille, na zona norte da Capital, com autoridades e empresários, onde foi assinado de um acordo entre o governo do Estado e a União para a cooperação no Documento de Transporte Eletrônico (DT-e).O DT-e é uma plataforma digital que deve reduzir o volume de papel no setor de logística e transporte de carga. A ideia é reunir, em um único documento, totalmente eletrônico, todos os dados e as obrigações administrativas e fiscais do setor.
Foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Infraestrutura e o governo do Rio Grande do Sul para inclusão e integração de dados e informações fiscais, tanto estaduais quanto federais. A implantação seguirá um cronograma proposto pela União, e os Estados têm de aderir ao DT-e. O Rio Grande do Sul foi o primeiro a dar esse passo.
A Câmara dos Deputados aprovou, em julho, a criação do DT-e, com projeto de relatoria do deputado federal gaúcho Jerônimo Goergen (PP). O texto ainda seguirá para apreciação do Senado, o que é esperado que aconteça nesta terça-feira (31).
Juntamente a outras autoridades, como o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e parlamentares federais e estaduais, o ministro enalteceu o lançamento do DT-e.
— Poderemos ter todos os documentos agregados em um celular. Não faz sentido o empresário ter que emitir uma AET (autorização especial de trânsito) a cada transporte especial. E semana que vem ele vai ter que fazer o mesmo transporte e a mesma emissão. O DT-e veio para eliminar o papel, eliminar o intermediário — afirmou Tarcísio de Freitas.
Em uma entrevista coletiva após o evento, o ministro da Infraestrutura falou também sobre a crise hídrica que o país enfrenta. Segundo ele, a falta de chuva deve ser encarada de frente. Quando questionado sobre o fechamento da hidrovia Tietê-Paraná, afirmou que sabe que a situação da água é preponderante à questão do transporte.
— A gente sabe que é um transtorno para a economia, a gente sabe que torna o transporte mais caro. É hora de fazer uma escolha, e a escolha que a gente tem de fazer é por poupar água. A gente tem de enfrentar a questão da crise hídrica de frente. Tem de poupar água.
O evento foi organizado pelo Sistema Fetransul, que representa 13 sindicatos patronais, 13 mil transportadoras com frota estimada em 280 mil caminhões no Rio Grande do Sul. O Sistema foi considerado fundamental para o entendimento e a construção do projeto do DT-e.