Por ter diploma de economista e ter feito carreira no mercado financeiro, o ex-ministro da educação Abraham Weintraub foi indicado pelo governo brasileiro a um posto de diretor do Banco Mundial. O cargo que ele deve ocupar está, atualmente, nas mãos de uma interina, e o mandato atual vai até o fim de outubro.
O Brasil precisa enviar a um grupo de países acionistas do qual faz parte (com Colômbia, Equador, Filipinas, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobag) o nome do indicado, em um processo considerado mera formalidade, já que nunca uma candidatura brasileira foi contestada.
Portanto, a expectativa é de que a nomeação de Weintraub, que chegou ao banco nesta semana, seja aprovada.
Muitos diretores do banco seguem em seus países, como México e Panamá, por conta da pandemia do coronavírus. As atividades estão limitadas em Washington — a cidade está na primeira fase de reabertura da quarentena até a próxima semana.
O Banco Mundial é uma instituição que rejeita a exposição pública em excesso e polêmicas de qualquer espécie, ainda mais nas redes sociais, onde Weintraub se mostrou muito ativo.
O Brasil já foi representado no organismo por Pedro Malan, Murilo Portugal e Otaviano Canuto, conhecidos pela discrição e diplomacia no trato privado e social.
O Brasil tem direito a indicar um dos diretores do banco internacional por liderar o grupo de nove países. O cargo de diretor executivo desse grupo está vago, sendo ocupado pela interina Elsa Patriarca Agustin, das Filipinas.
Economista formado pela Universidade de São Paulo (USP), Weintraub fez carreira no Banco Vototantim (hoje BV). Ele ingressou como estagiário no grupo em 1994, mesmo ano em que se graduou, e permaneceu na companhia por quase 18 anos, até 2012.
No grupo Votorantim, chegou a ser economista-chefe do banco e diretor-executivo da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities no Estados Unidos e na Inglaterra.
Em seu currículo, Weintraub afirma ter sido diretor da corretora de março de 2004 até sua saída, em maio de 2012. Segundo ex-colegas e amigos, Weintraub foi homem de confiança de então presidente do banco Wilson Masao, que o nomeou como diretor da corretora.