O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aproveitou uma videoconferência com a federação que representa os bancos brasileiros para cobrar uma maior atuação das instituições financeiras no combate à pandemia gerada pelo coronavírus. O parlamentaar participou de uma transmissão ao vivo com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, para falar sobre crédito e medidas bancárias para amenizar os efeitos da crise provocada pela doença.
Segundo o deputado, há uma cobrança da sociedade por maior participação do sistema financeiro nas ações de combate ao coronavírus. A avaliação, disse, é que bancos estão sempre querendo "ter resultado positivo neste momento, ter lucro".
— Se os bancos todos juntos fizessem um grande fundo de apoio ao Ministério da Saúde, de compra de equipamentos, eu sei que individualmente alguns já compraram, mas seria um gesto importante para a sociedade — disse.
Maia elogiou a iniciativa do Itaú Unibanco, maior banco privado do país, de instituir um fundo para o combate à covid-19. A instituição vai doar R$ 1 bilhão para viabilizar a iniciativa. O recurso ficará sob a gestão da Fundação Itaú Unibanco e será administrado exclusivamente por um conselho de profissionais de saúde, onde estarão diretores de hospitais públicos e privados.
A contribuição de R$ 1 bilhão do Itaú será a maior iniciativa filantrópica já realizada individualmente para o combate ao novo coronavírus no Brasil e irá elevar a cifra desse tipo de doação no país para R$ 2,2 bilhões, segundo dados do Monitor de Doações Covid-19. Com essa quantia, o banco terá, sozinho, feito doações que somam cerca de R$ 1,1 bilhão. O Itaú já havia doado R$ 83,6 milhões e também participado da contribuição conjunta com os outros dois maiores bancos privados do país, Bradesco e Santander, que somou R$ 80 milhões.
O deputado defendeu ainda que seja criada uma linha de crédito de bancos públicos e privados para atender a hospitais médios, que não são públicos ou Santas Casas e nem grandes redes de saúde.
— Tem milhares de pequenas e médias empresas de saúde, de hospitais, que o capital de giro vai acabar, que não vão ter recursos para pagar salário — afirmou. — As demandas aumentando, as despesas aumentando, e eles sem condições de capital de giro para pagar os salários desses profissionais da área de saúde — disse.
Ele criticou ainda um problema identificado no pagamento do auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais. Clientes da Caixa Econômica reclamaram que a ajuda estava sendo debitada da conta para pagar dívidas já existentes.
— A maioria das pessoas que foi lá (no banco) conseguiu, mas quem não conseguiu está multiplicando a reclamação contra o sistema financeiro — disse.