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Nesta terça-feira (26) terá continuidade em Rio Grande a assembleia geral de credores do Grupo Ecovix. O processo de recuperação ultrapassa R$ 7 bilhões. O plano de recuperação prevê reestruturar a dívida e preservar ativos em Rio Grande, como o dique seco e os dois pórticos (guindastes).
O Grupo Ecovix entrou com pedido de recuperação judicial no fim de 2016, depois de a Petrobras cancelar contratos para a montagem de plataformas de petróleo. A implantação de um terminal portuário vem sendo apontada pelo grupo como uma forma de aproveitamento do cais com 350 metros de comprimento para evitar que a estrutura se deteriore. Mas essa transformação industrial para polo de movimentação de cargas não depende apenas da vontade da empresa.
O diretor técnico do porto de Rio Grande, Darci Tartari, entende como factível o projeto do Grupo Ecovix. Mas, para seguir em frente, a empresa precisaria de aprovação para a utilização da área para a movimentação de cargas. Do ponto de vista portuário, há questões físicas para se tornar uma área de movimentação, mas também relacionados à concessão do serviço. São duas as áreas onde se estabeleceu o polo naval, conhecido como estaleiro Rio Grande. Uma é da União e outra do Estado. As áreas do Estado, um pouco mais afastadas do cais, foram doadas em lei para a finalidade de construção e reparo naval.
— Se mudar a finalidade, elas devem retornar ao Estado. Enquanto isso não acontecer, não pode se estabelecer projeto ali. A mesma regularização deve ocorrer para os terrenos da União. E, a partir do momento que se pretende utilizar como terminal portuário, e não só instalação industrial, é preciso passar por licitação — explica Tartari.
O diretor técnico acrescenta que na época em que a lei foi votada para a criação do polo, havia todo um contexto econômico de estimular a vinda de empresas para explorar o polo em busca de geração de emprego e renda.
— Tecnicamente, é factível fazer um terminal ali, mas tem que devolver a área primeiro. A superintendência vai fazer nada diferente do que está previsto na lei — destaca.
O porto movimentou 41 milhões de toneladas no ano passado e tem previsão de crescimento da movimentação nos próximos anos. Hoje, existe demanda para fazer terminal, principalmente de movimentação de produtos florestais, segundo Tartari.
Uma das empresas que mais movimentam carga é a Celulose Rio-Grandense. Anualmente, 1,5 milhão de toneladas de celulose são transportadas em barcaças, bem como 1,4 milhões de metros cúbicos de toras de eucalipto. Hoje, a empresa utiliza o porto público e tem interesse de aumentar produção nos próximos anos. De outubro de 2016 até o momento, foram realizadas 537 viagens via barcaças, reduzindo 38 mil viagens de caminhão que seriam realizadas pela rodovia BR-116.