As exportações gaúchas somaram US$ 1,308 bilhão em novembro, um crescimento de US$ 260,5 milhões (24,9%) em relação ao mesmo mês do ano anterior (US$ 1,048 bilhão). Esse resultado ocorreu em virtude do crescimento expressivo na quantidade embarcada para o Exterior (62,8%), mesmo diante da crise econômica brasileira. O efeito da desvalorização do real e a supersafra de soja ajudam a explicar o crescimento. Os números foram divulgados na manhã desta quarta-feira pela Fundação de Economia e Estatística.
Conforme o estudo, o preço médio dos bens exportados pelo Rio Grande do Sul caiu 23,3%. Mesmo assim, o desempenho gaúcho foi o melhor entre os principais exportadores, o que provocou a subida no ranking nacional. O Estado saiu do sexto lugar em novembro de 2014 (6,7% das exportações brasileiras) para o terceiro em 2015 (9,5%). Tanto a agropecuária quanto a indústria de transformação registraram crescimento de suas exportações, tanto em valor (267,3% e 9,4% respectivamente) quanto em volume (459,8% e 39,0% respectivamente), apesar da retração em preço (-34,4% e -21,3% respectivamente).
O forte crescimento da agropecuária (US$ 175,0 milhões) ocorreu em função das exportações de soja em grão (US$ 182,6 milhões), que registraram recorde histórico para o mês de novembro, tanto em valor (US$ 207,2 milhões, com crescimento de 742,7% ante novembro de 2014) quanto em volume (550,8 mil toneladas, com crescimento de 910,4% ante novembro de 2014), e grande representatividade na pauta exportadora da agropecuária (86,2%).
Mesmo perdendo fôlego a partir de agosto, como usualmente ocorre, as vendas externas da oleaginosa apresentam-se em um patamar bem mais elevado do que em 2014, quando a representatividade na pauta da agropecuária atingiu 37,6%. Dessa forma, a agropecuária – e a soja em particular – continua sendo o carro-chefe das exportações gaúchas em termos de crescimento, apesar de ter representado apenas 18,4% do total exportado pelo Rio Grande do Sul no mês de novembro.
Já as exportações da indústria de transformação totalizaram US$ 1,058 bilhão, isto é, 80,9% das exportações totais do Rio Grande do Sul. Os melhores desempenhos no mês foram verificados nos segmentos de produtos alimentícios (US$ 326,1 milhões), produtos químicos (US$ 138,8 milhões), produtos do fumo (US$ 110,9 milhões), veículos, reboques e carrocerias (US$ 96,4 milhões) e couro e calçados (US$ 80,8 milhões).
Os maiores destinos das vendas gaúchas foram China (US$ 173,8 milhões), Argentina (US$ 125,3 milhões), Estados Unidos (US$ 93,0 milhões), Venezuela (US$ 61,8 milhões) e Espanha (US$ 49,6 milhões).
Acumulado do ano
No acumulado do ano, as exportações do Rio Grande do Sul totalizaram US$ 16,404 bilhões, um recuo de US$ 944,8 milhões (-5,5%) em relação ao mesmo período de 2014, explicado pela redução de preços dos produtos comercializados (-16,8%), enquanto o volume embarcado para o exterior cresceu 13,6%. Mesmo assim, o estado gaúcho aumentou sua participação nas exportações brasileiras (de 8,4% para 9,4%) e registrou as maiores variações positivas de valor e volume entre os principais estados exportadores. Houve crescimento da quantidade embarcada tanto dos produtos da agropecuária (29,8%) quanto da indústria de transformação (8,4%), embora apenas o primeiro dos setores de atividade também tenha apresentado crescimento em suas receitas em dólares (2,7% ou US$ 123,3 milhões).
*Zero Hora, com assessoria de imprensa da FEE