A presidente Dilma Rousseff admitiu, na manhã desta quarta-feira, em entrevista a rádios de Pernambuco, que o mercado se acostumou com a política expansionista do governo norte-americano, que injeta US$ 85 bilhões por mês no mercado, e previu uma "tempestade" quando os estímulos forem retirados, provavelmente no primeiro semestre de 2014.
- Nós estamos extremamente preparados para quando o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) começar a reduzir os estímulos - disse.
- O BC (brasileiro) está atento para o que está acontecendo com a política monetária dos EUA e isso vai acontecer momentaneamente. A tempestade começa e passa - completou.
A presidente repetiu o discurso de que o Brasil está preparado, que a inflação está sob controle e fechará pelo décimo ano dentro da meta.
- Temos tido grande volume de investimento estrangeiro direto no Brasil, somos o terceiro ou o quarto no mundo. Temos reservas internacionais e sabemos usá-las e não há nada que não possamos fazer para passarmos esse período - afirmou.
Por fim, a presidente, que visitou na terça-feira, o complexo portuário e industrial de Suape, em Ipojuca (PE), agradeceu a recepção "fraterna e respeitosa" do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), seu provável adversário nas eleições presidenciais de 2014.
A presidente Dilma também comentou as afirmações do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto de que é preciso antecipar que o governo está atento aos sinais de mudança e não será surpreendido em 2014:
- A gente sempre leva a sério as recomendações do ex-ministro Delfim Netto. O governo está extremamente atento ao que acontece no mundo e o lado bom é que os Estados Unidos estão se recuperando.
Dilma citou o aumento do emprego, o maior crescimento da indústria dos Estados Unidos.
- São vários sinais de que a economia americana entrou em rota de recuperação, o que é bom para o mundo e o Brasil em especial porque a economia dos Estados Unidos é muito forte, principalmente no que se refere ao comércio internacional e investimentos - analisou.