Com o tema Sustentabilidade Plena - Gestão Global, Conhecimento e Ações Inteligentes, começa nesta segunda-feira, na Fiergs, em Porto Alegre, o 13º Congresso Internacional da Gestão. Promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), o evento reunirá especialistas internacionais e líderes do Brasil.
O objetivo é debater, até terça-feira, quando termina o congresso, a sustentabilidade e suas relações com as práticas inovadoras, novas tecnologias, governança e gestão.
ZH ouviu três palestrantes do Exterior, que explicaram os principais conceitos que abordarão no congresso. Confira a seguir os principais trechos:
John Timmerman (EUA): vice-presidente da rede de Hotéis Marriott e presidente da Associação Americana para a Qualidade
Preocupação com ambiente
Certamente, a preocupação com a área financeira é o combustível das empresas. No entanto, os impactos social e ambiental causados pela produção e pelos fornecedores vêm ganhando cada vez mais atenção. Se repararmos nos balanços das empresas, veremos que há um interesse no tema e investimentos maiores em ações sustentáveis, que trazem retorno para a sociedade.
Produção importa tanto quanto vendas
A importância da sustentabilidade é percebida quando há uma reação ruim do consumidor quando a organização usa floresta virgem ou matéria-prima não renovável ou deixa de reciclar alguns componentes. O controle de qualidade pode ser o caminho para trazer mais qualidade e sustentabilidade. O sistema produtivo tem a mesma importância que vendas, finanças e marketing, e é adequado às exigências dos clientes.
Consumidor atento ao uso de recursos
É difícil generalizar, mas os consumidores devem passar a evitar produtos que prejudiquem o ambiente. A tendência é que os consumidores procurem produtos que aproveitem melhor os recursos naturais. Um exemplo: imagine uma indústria que hoje utiliza produtos químicos, gera muito carbono. Amanhã, clientes poderão escolher utilizar o produto de outra que tenha a mesma qualidade, mas gere menos carbono.
João Alberto Catalão (Portugal): fundador do Grupo BusinessUp Portugal, presidente da Associação Ibero-Americana de Coaching e professor nas áreas de criatividade, negociações multiculturais e coaching
Mudar tem de ser uma opção
O ser humano só muda de duas formas: quando é obrigado ou quando quer. Com as empresas é parecido. A primeira coisa que nós temos de desmistificar é que mudar não é uma atitude natural, tem de ser uma opção ou será uma exigência, e daí uma contingência. A dificuldade é que existe a zona de conforto, há pessoas que trabalham para pessoas que não querem mudar.
Todos são importantes para se ter novas ideias
O segredo para empresas e pessoas inovarem está em se questionar. Pergunte: como posso ser melhor, o que posso fazer para ser diferente? As pessoas pensam que a energia que gastam para resolver um problema é a mesma que gastam para criar. É preciso ser pró-ativo, isso vai trazer inovação, mas só acontece quando existe soma de talentos. Todo mundo é importante na empresa para ter ideias.
Criatividade das empresas brasileiras
O Brasil é um país que tem muitas assimetrias. Há gente muito diferente, com atributos fabulosos. O brasileiro gosta de fazer grande, isso é muito bom, e também tem atitude e é muito de partilha, e a partilha favorece o diálogo. O segredo para os empresários brasileiros não é ver o mundo do mercado do Brasil para fora, mas fazer a globalização aplicada, conhecendo as peculiaridades de dentro do mercado.
Nicola Knoch (Alemanha): especialista em análise de riscos e oportunidades relacionadas aos desafios globais da consultoria em gestão Kraus & Partner
Prever temas que serão importantes
No passado, a inovação e o desenvolvimento sustentável eram dois tópicos. Agora isso não se aplica mais. Para uma empresa ser sustentável, ela precisa agir de forma inovadora. Para que as organizações consigam surpreender, precisam antecipar perguntas, presumir temas que serão importantes no futuro e abrir espaços para sugestões.
Oportunidades e crise econômica
Na Europa, nos últimos anos, houve uma tentativa de esconder essa crise, de não querer reconhecê-la, colocando muito dinheiro no sistema financeiro para maquiar a situação. O primeiro passo é aceitar. Quando isso ocorre, as empresas reagem de outra forma, com inovações mais sustentáveis - saindo de quantidade para qualidade. Em momentos de crise, há maior demanda por produtos de qualidade e tecnologia.
Força do Brasil deveria ser melhor explorada
Temos de sair de uma perspectiva de curto prazo, de só querer ganhar dinheiro, e passar a ter uma visão mais ampla. Na Alemanha, por exemplo, se trabalha muito de maneira individual. Já o brasileiro se conecta mais fácil, é uma questão cultural. Para trabalhar soluções criativas e sustentáveis, é importante fazer conexões e enxergar como um todo o que o mundo precisa. Essa força que o Brasil tem deveria ser mais explorada.
Mais qualidade
Inovação e produção sustentável andam juntas, garantem especialistas
13º Congresso Internacional da Gestão, promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), discutirá a sustentabilidade nas empresas
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