O G-20 pediu neste domingo à Europa que reforce suas medidas anticrise antes de receber mais recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo o comunicado final da reunião de ministros da Fazenda do grupo realizada no México.
O encontro entre os ministros e governadores dos Bancos Centrais das potências industrializadas e das economias emergentes concluiu que a Europa precisa definir o valor total de suas medidas anticrise no mês de março, o que seria uma "contribuição essencial" para se obter recursos adicionais do FMI. "Os países da zona do euro reavaliarão a solidez de seus mecanismos de apoio em março. Isto será uma contribuição essencial para mobilizar recursos do FMI", assinala o comunicado do G-20.
Os dirigentes da União Europeia se comprometeram em dezembro a definir a forma e o volume dos fundos que utilizarão para combater a crise da dívida pública que afeta vários países da zona do euro. O G-20 reúne três países da zona do euro: Alemanha, França e Itália.
O tema da crise da dívida na zona do euro dominou as discussões entre os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G-20 na Cidade do México. A União Europeia realiza na próxima quinta-feira, em Bruxelas, uma cúpula que discutirá os alcances do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES), que deve entrar em vigor em julho próximo.
Os Estados Unidos pressionam por medidas anticrise mais fortes em função das capacidades europeias e sugerem, junto com o FMI, que se combine o atual Fundo Europeu de Estabilidade Financeira ao MES, com o que a zona do euro poderá contar com 750 bilhões de euros em recursos contra a crise. Mas a Alemanha, a maior economia da Europa, já advertiu que as medidas anticrise se manterão dentro dos limites da ortodoxia orçamentária e monetária. Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), muito envolvidos na discussão do aumento dos fundos do FMI e do peso dos emergentes no organismo, também vinculam a ajuda aos europeus às medidas anticrise.
Segundo o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, os países emergentes darão mais recursos ao FMI desde que os europeus reforcem suas medidas para enfrentar a crise e cumpram com a reforma que prevê maior poder de decisão a estas economias no Fundo Monetário Internacional.
- Os emergentes vão ajudar os europeus desde que reforcem suas medidas de socorro e façam mais do que estão fazendo com os fundos de estabilidade. Também deverão cumprir com a reforma do FMI acertada em 2010, que prevê um novo sistema de cotas e votos visando ampliar a participação das economias emergentes nas decisões do organismo - disse Mantega.
O G-20 também manifestou sua preocupação com a alta dos preços do petróleo devido às tensões geopolíticas no Oriente Médio. "Permanecemos vigilantes diante do risco que representa a atual elevação do petróleo e saudamos o compromisso dos países produtores de seguir garantindo uma oferta adequada", revelou o grupo de países industrializados e emergentes, integrado por Arábia Saudita, maior produtor da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Zona do euro
Em reunião no México, G-20 pede reforço de medidas anticrise à Europa
Encontro reuniu ministros da Fazenda e dirigentes de Bancos Centrais de países do grupo
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