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As medidas anunciadas pela Caixa Federal nesta sexta-feira (24) já repercutem no mercado imobiliário e criam a expectativa de mais negócios sendo fechados nos próximos meses. Os juros foram reduzidos e o limite de financiamento ampliado. As taxas mínimas passaram de 9% ao mês para 8,75%, para imóveis novos ou usados dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). A taxa máxima chega, agora, a 10,25% ao mês (antes ia até 10,5%).
– Cabe à Caixa, como principal agente financeiro da habitação, continuar oferecendo as melhores taxas e condições para os nossos clientes – afirmou o presidente da instituição, Nelson Antônio de Souza.
Os prazos de financiamento permanecem de 156 a 420 meses – de 13 a 35 anos. No SFH, estão incluídos imóveis residenciais de até R$ 800 mil – caso do Rio Grande do Sul. Além da redução de juros, a Caixa aumentou o limite de cota de financiamento de usados: de 70% para 80%. Para o mercado, a notícia é auspiciosa e tem potencial de girar a roda dos negócios com mais força.
– Hoje, não se vende mais imóvel como se vendia há cinco anos. Temos pesquisa que mostra uma redução nesses negócios na ordem de 19%. Essas medidas criam uma expectativa de retomada. Quem vende imóvel por R$ 150 mil, por exemplo, poderá usar esse valor em outro imóvel, quitar uma dívida, é dinheiro na economia – explica o presidente do Sindicato da Habitação do RS (Secovi-RS), Moacyr Schukster.
Caixa agora corre atrás dos concorrentes
O movimento da instituição, que é referência no financiamento de imóveis no país, teria muito a ver com a concorrência. Historicamente na liderança das taxas mais competitivas, a Caixa já estaria vendo pelo retrovisor os bancos privados, ávidos por uma parte do mercado.
– Os outros bancos pegaram mercado da Caixa Federal porque ela elevou os juros tempos atrás e teve limitações orçamentárias. Antes, a Caixa baixava e os outros tinham de correr atrás. Agora, os privados e o Banco do Brasil estão com juros baixos, e a Caixa tenta ter uma taxa mais parecida com a deles – diz o vice-presidente da Associação dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.
Confira uma simulação de como era e como fica
– Para imóvel de R$ 500 mil com 80% financiados (R$ 400 mil) em 30 anos (360 meses).
– Tabela SAC (sistema de amortização em que parcelas tendem a ser reduzidas ao longo do tempo).
Juros de 9% ao mês (taxa mínima anterior)
Total pago em 30 anos: R$ 920.368,74*
Só em juros: R$ 520.368,74
Juros de 8,75% ao mês (taxa mínima a partir de agora)
Total pago em 30 anos: R$ 906.454,96*
Só em juros: R$ 506.454,96
O mutuário economiza: R$ 13.913,78
* Valor que não leva em conta a inflação do período, seguros e outras taxas.
Fonte: Educador financeiro Adriano Severo