Dar uma virada de chave na vida aos 50 anos é um comportamento conhecido, há exemplos para todo lado. Mas na metade de 2024, uma destas mudanças foi emblemática, já que se deu diante dos olhos dos espectadores da TV aberta e foi protagonizada por uma figura amada por várias gerações.
Aos 52 anos, Eliana respirou fundo, pegou impulso e se lançou “em mais uma transição de carreira de sucesso”, como ela mesma define, encerrando o capítulo de 15 anos à frente do Programa Eliana, no SBT.
Ela partiu para a TV Globo e aterrissou no sofá do Saia Justa, programa do GNT. A atração, que divide com Rita Batista, Bela Gil e Tati Machado, já tem nova temporada confirmada para abril. O espaço é um dos mais reconhecidos na televisão brasileira para se discutir temas do universo feminino, e, lá, Eliana já puxou uma discussão que é comum a muitas mulheres: ter sido uma jovem adulta insegura com o corpo, que buscou alento em procedimentos estéticos.
— A autoestima é um processo tortuoso, nem sempre é fácil. Hoje me sinto em dia com meu corpo e autoimagem, principalmente porque a maturidade me trouxe essa sabedoria e leveza. A relação com meu corpo era bem mais difícil na adolescência e juventude, por isso acabei me rendendo a alguns procedimentos estéticos bem novinha. Fiz rinoplastia e coloquei silicone… pra quê, né? Olho para trás e me lembro de uma menina linda, mas mega insegura com seu corpo — lembra a apresentadora, que afirma que não se arrepende, mas não faria cirurgias estéticas invasivas novamente.
Fechei 2024 respirando, feliz, sabendo que pude fazer mais uma transição de sucesso na minha carreira.
ELIANA
Apresentadora
A paulistana começa 2025 ocupando novamente os domingos à tarde da TV aberta, lugar que era seu no SBT e que também lhe pertenceu durante a passagem pela Record – de 2005 a 2009, apresentou o programa Tudo É Possível. Agora na Globo, ela estreia no comando da quinta temporada do reality musical The Masked Singer Brasil neste domingo (12).
— Em 2025 completarei 20 anos aos domingos, um hall que sempre foi dominado por grandes apresentadores homens, mas que ocupo desde 2005 com muito orgulho. Essa temporada do Masked está um arraso, é entretenimento familiar da melhor qualidade, com musicais incríveis, muitas surpresas e emoção no palco — destaca.
E como ela não chegou para brincadeira, também já gravou um programa descontraído de entrevistas que vai ao ar no dia 22, no GNT: Casa de Verão da Eliana. Serão seis episódios gravados em Angra dos Reis, lançados semanalmente sempre às 21h e com convidados famosos como Xuxa, Fátima Bernardes, Michel Teló, entre outros. A atração promete ser uma oportunidade para conhecer um lado mais espontâneo da apresentadora, que é conhecida por ser uma mulher discreta.
— Por ser uma figura pública, sou muito cuidadosa com a forma com que me comunico. Nas redes sociais, compartilho o que acho que pode ser inspirador e edificante. Sou seguida por muitas mulheres, então estou sempre refletindo formas de levar mensagens de empoderamento ou autoestima para elas, uma coisa que parece pequena, mas que pode plantar uma sementinha do bem na mente de quem lê. E, dessa forma, mostro muito de quem eu sou, porque eu vivo isso que falo — ressalta a apresentadora.
Confira a entrevista com Eliana
Sua vida mudou muito de um ano para cá. Como você está se sentindo? O emocional dá conta desse novo momento?
Sim, vivi muitas mudanças nos últimos seis meses, foi um semestre desafiador no melhor sentido possível. Meu público descobriu novas facetas minhas durante esse período e ainda tenho muito mais para compartilhar. O legal é que fui abraçada pelo telespectador em cada um dos novos desafios que assumi com a Globo.
Então fechei 2024 respirando, feliz, sabendo que pude fazer mais uma transição de sucesso na minha carreira. Mas é claro que ainda há muito trabalho a ser feito, 2025 promete. Estou pronta e animada para seguir trabalhando, dando o meu melhor e surpreendendo o público, como sempre adorei fazer.
Acredito muito na convergência dos meios de comunicação. O poder está nas mãos de quem consegue se adaptar às diversas possibilidades de comunicação.
ELIANA
Apresentadora
Você foi um símbolo na infância de muitas crianças que, além de terem visto na TV, tinham a boneca, a sandália e os baldinhos de praia da Eliana. Como foi ocupar esse lugar?
Trabalhei com as crianças durante os primeiros 14 anos da minha carreira de apresentadora e, durante esse período, levei a missão com muita seriedade. Fazia questão de que meus programas e produtos licenciados tivessem um carinho com a educação e o desenvolvimento dos pequenos.
Falávamos sobre reciclagem, cuidados com os animais e o meio ambiente, culturas diferentes, artes. Quando fiz minha transição para o público familiar, reverti esse cuidado para a produção de conteúdos que fossem divertidos, informativos e relevantes para a família brasileira. A qualidade sempre foi o meu mote.
Hoje em dia os seus dois filhos têm algum ídolo que se assemelhe ao que você foi para toda uma geração? Será que a TV ainda consegue emplacar tais figuras ou isso migrou para YouTube e redes sociais?
Acredito muito na convergência dos meios de comunicação. Televisão, streaming, redes sociais e outros meios vêm para somar à experiência do espectador, uma plataforma complementando a outra. Incluiria nessa roda também o cinema e a música, que fazem parte da vida dos meus filhos e do imaginário cultural deles.
Sempre fiz questão de que a Manu e o Arthur, além dos estudos, tivessem esse contato com a cultura, independente do meio usado para isso. Eles têm os canais preferidos deles no YouTube ou TikTok, tudo com supervisão minha e do pai deles, é claro, e com tempo de tela controlado. Mas também amamos nos sentar para ver televisão juntos no sofá, um filme em família. Atualmente, o poder está nas mãos de quem consegue se adaptar às diversas possibilidades de comunicação.
Em algum momento apresentar programas focados no público infantil parou de fazer sentido?
Esse foi mais um movimento de mercado que acontecia na época. Me liguei nisso, me antecipei e comecei a planejar minha transição de carreira. Além disso, já estava nos meus 30 e poucos anos, então me sentia apta a oferecer algo de novo ao meu público. O Tudo É Possível, meu primeiro programa para a família, estreou na Record em 2005 e foi um grande sucesso.
Sua presença no Saia Justa é uma chance de conhecermos mais facetas e características da Eliana?
Costumo dizer que o Saia Justa é a oportunidade perfeita para o público conhecer a Eliana que só minhas amigas conhecem. Digo isso porque os temas que o programa abraça sempre fizeram parte do meu dia a dia, das minhas conversas, só faltava um formato televisivo que permitisse o desenvolvimento desses assuntos.
O Saia proporciona exatamente isso. Falamos sobre amor, família, vida, morte, feminismo, machismo, preconceito, saúde, sempre de forma leve e sincera. E tem dado super certo, viu? Essa nova formação do programa, que já foi ancorado por grandes jornalistas e que agora tem a mim, uma apresentadora do entretenimento, como âncora, tem dado bons resultados de audiência. Fico feliz pelo sucesso e animada por mais um ano no Sofá Rita Lee.
É um lugar de bastante exposição, de trazer experiências pessoais. Você mesma já se colocou numa saia justa por conta disso?
Essa possibilidade que o Saia oferece, da gente se abrir e trocar experiências, é na verdade o que mais amo nesse formato. Imagina, somos quatro mulheres diferentes, trocando experiências e confidências, evoluindo e crescendo uma com a outra… Isso é lindo! O Saia Justa é um formato revolucionário para a TV e segue sendo extremamente relevante em seus debates e no protagonismo feminino.
Você vai apresentar o The Masked Singer no ano em que a TV Globo completa 60 anos. De que forma isso vai estar representado no programa?
Nesta quinta temporada, alguns dos 19 personagens mascarados vão homenagear figuras icônicas da teledramaturgia da Globo. Tem Carminha, Nazaré, Bruno Mezenga, um barato. Além disso, a temporada terá várias surpresas emocionantes em homenagem à emissora.
Qual a sua resolução para 2025?
Na virada de ano só pedi por saúde, para mim e minha família.