No último final de semana, o Instituto Ling foi palco da mostra OPEN Select Delas. Durante três dias, o evento reuniu mais de 2 mil visitantes que puderam conhecer produtos de decoração, moda e bem-estar feitos por mais de 25 expositoras mulheres protagonistas do design. Além da exposição e venda de artigos no salão principal, as palestras e painéis no auditório do centro cultural tiveram alta adesão do público.
Uma das atrações de grande destaque foi o painel A Churrasqueira, com Clarice Chwartzmann, que se reinventou aos 50 anos de idade e dividiu com o público presente sua história: de publicitária à churrasqueira, oficio realizado, em maioria, por homens.
Clarice convidou o público presente a desconstruir essa herança cultural e repensar o lugar das mulheres enquanto protagonistas, ampliando a participação e a visibilidade feminina em todas as áreas e classes sociais.
Confira o bate-papo com a expert:

Como foi a transição de publicitária para churrasqueira?
Foi quando senti que estava usando a roupa dos outros, não estava feliz e precisava me reinventar. Durante muito tempo fui o "trampolim" do protagonismo para o outro. Reiniciei minha vida profissional cursando psicanálise, pois sentia que estava "fora da área de cobertura" e, analisando minha linha do tempo, percebi que o churrasco me acompanha desde sempre, na verdade desde a infância.
O que podemos esperar do curso?
Meu curso visa simplificar e desmistificar essa gastronomia, o ato de assar a carne, o poder da mulher de assumir o lugar feminino em frente ao fogo na churrasqueira, e não apenas no forno e fogão.
Quais são os teus próximos projetos a volta do fogo?
Quero aproveitar minha expertise de publicitária para, em breve, lançar um livro e dar sequência a projetos culturais que envolvam as mulheres e o fogo.
O evento
A OPEN Select Delas foi um fio condutor para intensificar a força feminina do design independente brasileiro. Elevando o fazer manual, uma mistura de inteligência projetual e emocional.
— A OPEN Select Delas foi a realização de um sonho em direção a algo transformador: potencializar as mulheres designers independentes e fortalecer o ecossistema do design independente brasileiro. Tivemos trocas intensas com mulheres expoentes do pensar e do fazer femininos, uma necessidade latente para que possamos ampliar nossa voz, questionando crenças dominantes e sendo vetores de mudança — avalia Camila Farina, idealizadora e fundadora da OPEN Design Independente.