As organizações Think Olga e Think Eva lançaram um relatório que mostra como a pandemia de coronavírus está impactando a vida de mulheres. Na pesquisa, há três eixos centrais: violência, saúde e economia. Embora reconheça que a crise da covid-19 afete a todos, a proposta do documento é jogar luz sobre o "abalo sentido pelos grupos mais vulneráveis, especialmente as mulheres, será maior, mais profundo, mais complexo e certamente mais duradouro".
Sobre a violência contra a mulher, o relatório aponta que os casos domésticos aumentam em períodos de estresse e perturbação prolongados, como crises financeiras e desastres naturais. As organizações citam, por exemplo, o caso do Rio de Janeiro, que já registrou um aumento de 50% nos casos de violência doméstica no período de distanciamento social. Também foi registrado um crescimento de casos na China e na França.
Já sobre a situação econômica, a pesquisa reúne dados que evidenciam o alto número de mulheres trabalhando informalmente, principalmente as negras, que devem sofrer impacto direto durante a pandemia. Além disso, o levantamento lembra que há mais de sete milhões de trabalhadoras domésticas, além de quase metade dos lares brasileiros serem chefiados por mulheres.
"Mais de 13 milhões de pessoas no Brasil sobrevivem abaixo da linha da pobreza, com uma renda média de até R$ 145 reais mensais. Entre essas pessoas, uma grande maioria é composta por mulheres, negras, mães, chefes de família que sustentam seus lares sozinhas", destacou o documento.
Em seu último eixo, o da saúde, o relatório ressalta aspectos como a sobrecarga de trabalho enfrentada pelas mulheres durante a pandemia e o papel cultural de cuidadoras. Além disso, chama atenção para o fato de que, apesar da covid-19 atingir mais homens até agora, as mulheres representam 56% dos idosos no Brasil, grupo considerado de risco pela Organização Mundial da Saúde.
Leia o relatório completo em bit.ly/relatoriothinkolga.