“Quando alguém encontra sua outra metade, o par se funde num encontro amoroso para toda a vida.” O autor dessa afirmação foi o poeta grego Aristófanes, no século V antes de Cristo. No ritual do casamento comemora-se, segundo uma tradição milenar, a união do ser humano com a natureza para a continuidade das gerações. A idealização do amor é dimensionada pelo poeta como o mais antigo dos deuses e fonte de benefícios para o ser humano.
Ainda que não houvesse união protocolarmente formalizada, em 2500 anos A.C. no Egito, o homem tomava a moça como sua mulher, avisando que eles passariam a viver juntos. A noiva desfilava com as amigas pelas ruas, convidando para a festa que era o rito da união estável. Não é assim que muitos casais, sem passar pela cerimonia religiosa ou ato civil, fazem no século XXI?
O amor mobiliza os casamentos à medida que a civilização foi evoluindo. Já houve alianças de ferro, usadas no dedo anular da mão esquerda, “o lado do coração”. Sabe por que se enfeitam altares e salões, onde ocorrem o ato religioso e a festa? Devido à uma crença muito antiga de que o local escolhido pelos noivos para celebrar sua união torna-se o ponto de encontro entre o Céu e a Terra.
Noivos de Porto Alegre seguem costume italiano
Há uma tendência atual de fazer casamentos em locais românticos fora da cidade onde residem os noivos. Na primeira semana do mês de maio Karime Costalunga e Eduardo Berne, residentes em Porto Alegre, realizaram a cerimônia do seu casamento seguida de uma festa num castelo com maravilhoso jardim a poucos quilômetros de Verona, a cidade de Romeu e Julieta.
Muitos convidados de Porto Alegre viajaram a Itália e no imenso jardim com linda paisagem foi montado um grande toldo, para proteger a mesa única para cem lugares, os recém-casados sentados no centro de um dos lados. Como prega a tradição italiana os noivos, diante dos convidados, passaram uma camada de recheio cremoso nas massas estendidas em mesa à parte à vista de todos. Logo foram montadas as camadas e cortadas as mil folhas, a sobremesa do festim realizado em final de tarde.
Karime Costalunga vestiu um modelo de Rui Spohr com mantô longo de renda de mangas longas estreitas, retirado após o jantar, para ela ficar com o vestido sob palavra e dançar até o fim da festa.
Fotos: Cora P. Ribeiro, Arquivo Pessoal