Na semana que antecede o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (9), selecionamos quatro famosas que falaram abertamente sobre a maternidade real em entrevistas e nas redes sociais. Sem idealizações e romantismo do que é ser mãe, elas inspiram mulheres a não se sentirem sozinhas em suas dúvidas, cansaços e inseguranças que, muitas vezes, surgem no dia a dia com os filhos. Confira:
Letícia Colin
A atriz Letícia Colin, mãe de Uri, de um ano, falou sobre como encara a romantização da maternidade em entrevista ao jornal O Globo em julho do ano passado. Para ela, ouvir o que outras mães têm a dizer ajudou a encarar a realidade.
— Leio e sigo mulheres reais contemporâneas que falam sobre o tema. Fui me aproximando do discurso mais corajoso de falar a verdade sobre esse período, atravessada pelos hormônios — disse ela. — Tive dificuldade de amamentação, é dolorido, cansativo. Na semana em que voltei para casa após o parto normal, voltei para a análise e falei sobre isso.
Ainda sobre escutar o que mulheres falam sobre maternidade, Letícia citou Fernanda Lima como uma das pessoas que a ajudaram neste período.
— Fernanda Lima mudou minha vida, me escrevia sobre o choque inicial das primeiras semanas, sobre a privação do sono que desnorteia. Escutei palavras de pessoas na hora certa que me fizeram chorar, viver intensamente as emoções e me aliviar. Para ser luminoso, tem que aceitar as sombras. A rede feminina de troca de informação ajuda demais, graças a essas mulheres que vieram antes — refletiu ela.
Por fim, a atriz também explicou como se desvencilha da tão famosa culpa materna.
— Quando fiquei grávida, fiz o pacto de ser uma mãe que avançaria no sentido de abandonar estruturas antigas de quem está sujeita a aprovações. Se piscar, você entra num modo contínuo antigo, se compara, vai se diminuindo ou se cobrando uma produtividade que não existe.
Fernanda Lima
No mês passado, em entrevista à Donna, a apresentadora Fernanda Lima desabafou estar bem cansada por equilibrar a rotina da pandemia com a chegada da filha caçula, Maria Manoela, de um ano. Ela e o marido, o apresentador Rodrigo Hilbert, também são pais dos gêmeos João e Francisco, de 13 anos.
— Estou vivendo um período de bastante cansaço. Só a gente sabe o quanto é complexo, ficamos sem dormir, e ainda estou amamentando. Estou exausta — contou. —Tem sido cansativo por conta da neném e da intensidade do trabalho, junto com o acompanhamento da escola das crianças e de tudo o que envolve um lar. Vendo a dificuldade das pessoas ao meu redor, não me sinto no direito de dizer que está difícil. Apesar de uma rotina mais complexa, é prazeroso acompanhar o dia a dia dos meus filhos como nunca acompanhei antes, apesar de ser uma mãe presente. Importante acompanhar a entrada na adolescência. Apesar de toda a dor e da tragédia humanitária que vivemos, vamos lembrar como um momento de união. Conheço bem os meus filhos, a gente se respeita muito. E temos regras desde sempre aqui em casa. Eles respeitam, então têm os direitos deles, de jogar videogame, falar com os amigos. Felizmente, estamos nos entendendo.
Na conversa, a gaúcha também se descreveu como mãe:
— Muito presente, atenta, parceira. Bastante exigente no que considero valores essenciais. Gosto muito de ser mãe. Vou repetir a maneira como eduquei o João e o Chico com a Maria, com algumas exceções, que aprendemos ao longo do tempo. Como os meninos foram dois ao mesmo tempo, era mais pragmática à noite. A amamentação foi mais breve também, e com a Maria está sendo bem diferente. Estou perdendo noites de sono, a cada chamado estou do lado, se ela quer mamar, amamento. Neste sentido, estou sendo mais frouxa com a Maria, mas me permito ser assim porque entendo que é um tempo que passa rápido e que, apesar do cansaço, daqui a seis meses tudo muda e isso não volta mais.
Tatá Werneck
Não foram uma e nem duas as vezes em que a apresentadora Tatá Werneck falou sobre a experiência de se tornar mãe da pequena Clara Maria nas redes sociais. A pequena tem um ano, e é fruto do seu relacionamento com o ator Rafael Vitti. Em maio do ano passado, ao participar do programa Encontro com Fátima Bernardes, Tatá afirmou acreditar que pode ter tido depressão pós-parto.
— Eu passei por muitas questões que eu não sabia. Eu acho que tive uma depressão pós-parto, não sei. Tudo se confundiu tanto com o que a gente está vivendo. Eu não estou sabendo o que faz parte da maternidade, o que faz parte do isolamento.
Tatá também confessou que tinha uma visão "romantizada" da gestação.
— Achei que seria uma grávida com fotos lindas, que eu fosse dormir plenamente e acordar. Mas eu tive gases, eu tive dores, vomitei na perna do Rafa várias vezes. Não há romantismo, ou pelo menos na minha gestação não tive nenhum — comentou. — As mulheres passam por muitas coisas. Muitas mudanças hormonais, corporais, fisiologias, químicas, quando geram um bebê. Estou trazendo isso para a realidade. Se eu que sei que tenho privilégio tive dificuldade, fico imaginando as mães que não têm nenhum.
Em seu Twitter, Tatá também já propôs uma reflexão sobre como as pessoas enxergam de modo diferente as obrigações paternas e maternas: "Rafa está sempre nos TT’s por ser bom pai (e ele é, maravilhoso), e as mulheres nunca estão por serem boas mães (e somos também). Temos que rever isso, meninas", escreveu ela em fevereiro do ano passado, gerando grande repercussão. Já em agosto, no Instagram, fez um desabafo sobre as cobranças que ela e outras mulheres sofrem em relação à maternidade.
"O batom não esconde os olhos cansados. Sou a melhor mãe que posso ser. A melhor que posso. Não a melhor do mundo. A melhor que posso. E meu amor não tem limites", escreveu a humorista.
A artista concluiu seu texto criticando mulheres que julgam a forma como outras mães cuidam dos próprios filhos.
"Às vezes, vejo mulheres julgando a maternidade das outras... Ainda existe espaço para isso? Não existe mais isso de 'mãe deve ser assim', 'mulher tem que ...'. Foi-se o tempo do julgamento", salientou. "Aberta a era da empatia. Da compreensão. Julgar a maternidade do outro é cruel. Dê palpite apenas a quem te pedir. Mães, libertem-se! Sofremos. Sorrimos. Doamos. Fazemos nosso melhor! E que fique ao nosso lado só quem quiser contribuir e ajudar".
Kate Middleton
Sim, até a futura rainha da Inglaterra se sente cansada. Em janeiro, em conversa com um grupo de pais gravada para o canal da família real no Youtube, Kate Middleton confessou que estava "exausta" com os cuidados dos três filhos no período de confinamento. Casada com o príncipe William, Kate é mãe de George, de sete anos, Charlotte, de cinco, e Louis, de dois.
A duquesa de Cambridge contou que ela e o marido assumiram "funções adicionais", em razão da necessidade de reduzir a equipe de funcionários da família real por conta da pandemia.
— Você tem suas tarefas cotidianas como pai e mãe, mas no isolamento tivemos que assumir funções adicionais que outras pessoas em nossa comunidade teriam nos apoiado. Me tornei uma cabeleireira durante essa quarentena, pro terror dos meus filhos — detalhou. — Também me tornei um pouco professora. E, pessoalmente, me senti pressionada em muitas direções. Você tenta o seu melhor em tudo, mas eu me sinto exausta.