Depois que o filho deixa de se alimentar exclusivamente com o leite materno, começamos a introduzir alimentos a sua dieta. Nessa hora é normal que os pais se preocupem quando ele, por vezes, não aceite alguns alimentos ou até queira pular algumas refeições, pois comer bem e com qualidade é essencial, e criança em fase de crescimento precisa sim estar bem alimentado. Para amenizar esse problema, a nutricionista Rita Cherutti* dá dicas de como lidar nessas situações.
Mais dicas da Vanessa?
Segundo Rita, diversas podem ser as causas da falta de apetite das crianças, desde doenças orgânicas até problemas intrafamiliares que podem estar afetando o comportamento. Ambas as causas devem ser investigadas e uma vez estabelecidas devem ser tratadas. Observar a família e sua dinâmica, se os pais sentam juntos com os filhos durante as refeições, se existe o excesso de refrigerantes ou guloseimas que podem estar sendo ofertadas antes da refeição.
Outro fato importante é a tão famosa chantagem que muitos pais fazem do tipo: “se comer tudo ganha bala”; “se não comer tudo não vai brincar”. As crianças são muito inteligentes e isso somente irá gerar desgaste e falta de confiança com a criança e seus pais. É preciso tomar cuidado com este tipo de troca para evitar danos futuros, você não é um pai ou mãe ruim se simplesmente disser não e guardar o alimento para ofertar em outro momento.
É comum também a criança não comer e os pais suprirem o alimento com uma mamadeira por exemplo. Calma! Vocês não serão pais ruins por não alimentarem naquele momento. Se a criança não comeu guarde o mesmo alimento e explique "quando estiver fome você irá comer, neste momento vou guardar e depois iremos aquecer para você". Não sintam culpa, não ofereçam balas, bolachas ou outros alimentos, quando a criança sentir fome ela irá comer.
Outro detalhe importante é lembrar que o seu filho não tem o mesmo tamanho de seu estômago, então não espere que ele irá comer o mesmo volume de comida que você.
A palavra de ordem é: limites. Infelizmente a falta de limites dá a criança o poder da barganha, até mesmo na hora de se alimentar, então exponha as regras com amor e carinho, mostrando o lado bom de alimentar-se de forma correta e não torne um tormento para a família e para a criança. No caso de não conseguir sozinho procure auxílio de um profissional especialista no assunto.
*Nutricionista Rita Cherutti, especialista em psicologia e comportamento alimentar, especialista em nutrição esportiva, mestre em saúde da criança e do adolescente pela UFRGS.
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.