Se existe uma programação clássica, é reunir a família em torno de uma mesa farta, seja no almoço de domingo ou de comemorações especiais, em restaurantes ou em casa. Esse, muitas vezes, é o momento em que as diferentes gerações se encontram, e isso inclui as crianças.
Porém, em 2016, uma polêmica surgiu nas redes sociais quando um café em São Paulo restringiu a entrada de menores de 14 anos. Essa situação, e a chegada do Dia das Crianças, nos motivou a ir atrás de opiniões e conversar com quem entende do assunto para saber se restaurante é mesmo um lugar para os pequenos.
Para Alexandra Aranovich, publicitária, blogueira do Café Viagem e mãe de duas crianças, não restam dúvidas de que sair para comer em família está cada vez mais gostoso e divertido.
– A preocupação do estabelecimento em tornar a experiência satisfatória para toda a família conta muito. Aliás, benditas áreas com brinquedos e recreacionistas. Elas encantam a freguesia e são uma mão na roda para os pais comerem tranquilos – comenta. – Não sou a favor de proibir ou não a presença das crianças nos restaurantes. Acho que é inconveniente um casal estar jantando e a criança chorando. Agora, se seu filho é calmo, não há problema nenhum de levá-lo. Tudo depende do bom senso.
Em Porto Alegre, um dos pioneiros a pensar na criançada foi o Dado Bier. O fundador do restaurante, Eduardo Bier, conta que a ideia partiu do conceito da casa, que tem como princípio receber grandes grupos, principalmente famílias:
– Os nossos restaurantes são todos muito grandes, sempre recebemos grupos, e as crianças fazem parte. Cada vez mais, os pais querem se divertir e, para isso, precisam levar os filhos junto. É algo natural, então sempre me pareceu importante ter um lugar adequado para elas no restaurante e não as deixar correndo entre as mesas, por exemplo.
Eduardo Bier vê o espaço kids como um investimento para o seu negócio:
– Entendemos que era importante organizar o restaurante para as crianças terem seu espaço. Fomos aprendendo com o tempo sobre o funcionamento, colocamos câmeras e recreacionistas. Então, além de um espaço, é importante prestar um serviço bacana para que as crianças e os pais se divirtam com alegria e segurança.
DICAS PARA LEVAR A CRIANÇADA
Por Rafaela Enes, food hunter do Destemperados e mãe da Clara, de um ano.
• Desde cedo, acostumar as crianças em restaurantes.
• Ensinar a sentar à mesa e permanecer até o fim das refeições.
• Não deixar de sair, os pais também precisam aproveitar, e se a solução for levar os pequenos, assim deve ser feito.
• Levar brinquedos para distrair e entreter as crianças. O tablet acaba sendo uma opção para os pais, mas é importante saber o momento certo para inseri-lo na brincadeira, sem esquecer de deixar o volume baixinho para não atrapalhar as outras pessoas.
• Pesquisar o cardápio do restaurante antes para saber se existem pratos que a criança gosta, além de opções saudáveis e nutritivas.
• Conhecer a criança é muito importante: se for mais agitada, não é uma boa levá-la a lugares mais calmos ou que são indicados para casais. Sempre lembrar que há um lugar para cada ocasião.
• Restaurantes de shopping são boas opções por terem segurança e público mais familiar.
• Se a criança for pequena, é preciso escolher um restaurante que ofereça cadeirinha com cinto.