Para muita gente, o sabor e a aparência deixaram de ser os principais motivos de escolha de uma comida. A decisão do que comer está deixando de ser emocional e se tornando, cada vez mais, racional. Entender a composição do alimento, sua origem e o impacto ambiental gerado se tornaram questões relevantes. Por causa desse comportamento, empresas têm investido na ciência por trás da comida, transformando um pedaço de queijo em Big Data e uma barra de chocolate em QR Code. Códigos impressos nas embalagens de alimentos permitem, com o auxílio do celular, mostrar onde e como ele foi produzido. O mundo da carne tem usado esse tipo de tecnologia de rastreamento para acabar com as incertezas da produção.
Uma empresa chamada Foodpairing, por exemplo, catalogou mais de 2 mil ingredientes diferentes, reconhecendo mais de 6 mil moléculas de aromas capazes de criar, com um clique, milhares de combinações de novos pratos e produtos. Chefs renomados do mundo todo estão usando a tecnologia para criar receitas utilizando ingredientes estranhos ao seu repertório de gosto, como os insetos.
Aplicativos mobile oferecem informações sobre nutrientes e calorias de cada alimento, formando um grande banco de dados do que cada um come. A obsessão pela alimentação saudável faz as pessoas conferirem se já esgotaram a porcentagem de carboidratos do dia antes de se atracarem em um prato de massa.
Os conservadores torcem o nariz, dizendo que as máquinas podem acabar com a criatividade nas cozinhas e exterminar tradições. Pode ser que sim, mas é impossível barrar o uso da tecnologia no meio gastronômico. A melhor consequência disso é que muitas das ferramentas ajudam a diminuir o desperdício, entregando informações que contribuem no aproveitamento total de cada animal ou hortaliça. Que a tecnologia nos ajude a comer melhor.