Estive em um festival de inovação no mês passado em que muito se falou sobre novos comportamentos em torno do consumo de comida. De um lado, aplicativos de entrega de comida crescem com dígitos acima da média no mercado. De outro, restaurantes e até mesmo supermercados tentam se reinventar para prender o consumidor por mais tempo na loja. Antigamente, restaurantes concorriam com seus pares de mesma culinária. Hoje, eles concorrem com todo mundo, com o food truck, com a telentrega e com delicatessens. Todo mundo concorre com todo mundo e isso muda a lógica de vendas.
Um fenômeno surgido foram os mercadinhos dentro dos restaurantes. Chefs e restauranters se deram conta de que podem utilizar a ociosidade dos seus estabelecimentos para produzir alimentos com o seu selo ou mesmo vender produtos com sua curadoria. Assim, aumentaram o ticket médio e também atraem novos públicos. A crise financeira, a falta de segurança e a escassez de tempo foram os principais fatores para o crescimento do delivery no país. Várias empresas se deram conta que a conveniência tem contado mais que a experiência para algumas pessoas. Alguns estabelecimentos inclusive montaram estruturas apenas para entregar em casa.
Os supermercados e mercados de bairro cresceram em relevância. No entanto, a praticidade também ataca estes estabelecimentos, pois muito se fala em fazer as compras por site ou aplicativo e apenas retirar os produtos na loja.
Continuo acreditando que o equilíbrio é a melhor maneira de lidar com tanta oferta. Consumir boa comida só em casa ou só em restaurantes limita. Pedir telentrega todo o dia também. Fato é que a gastronomia se reinventa a cada dia e vai mudar cada vez mais daqui para frente. Se a gente parar para pensar que vêm aí realidade virtual e impressoras 3D, que prometem imprimir até comida, não dá nem para imaginar onde isso tudo vai parar.
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* Conteúdo produzido por Diego Fabris