“Vinho bom é vinho velho”. Perdemos as contas de quantas vezes já escutamos isso. Mas, antes de guardar sua bebida na adega, saiba que há produtos ideais para isso e situações em que o armazenamento pode até ser prejudicial.
Para começo de conversa, é preciso entender que existem bebidas elaboradas especialmente para passar muito tempo nas caves, os vinhos de guarda. Eles são grandes clássicos do mundo da enologia. Os brancos têm coloração dourada enquanto os tintos têm aspecto alaranjado. Os aromas são evoluídos e complexos, chamados de bouquet. Em boca, há presença de acidez, e os taninos são redondos – em alguns casos, pode haver uma leve oxidação devido à idade.
A safra cumpre um papel fundamental na produção, assim como o ciclo da videira, da poda até a colheita da uva. Variedades tintas com maior concentração de taninos, como tannat, cabernet sauvignon e petit verdot, além de serem ideais para produzir assemblages, são perfeitas para vinhos envelhecidos. Entre as brancas, destaca-se a chardonnay, com passagem em madeira, além da semillon, com a qual são elaborados produtos doces e licorosos.
A extração também é importante para determinar a capacidade de envelhecimento nas garrafas, que está diretamente relacionada à quantidade de taninos e antocianas presentes na bebida. A sanidade das vinhas é igualmente relevante, pois sua maturação tem influência na qualidadede do produto final.
Por conta de seu processo de elaboração, vinhos para consumo rápido são considerados jovens. Mais frutados e leves, eles não apresentam estrutura para serem armazenados. Então, antes de comprar uma garrafa para guardar, nossa dica é estudar a safra, a variedade da uva e buscar informações sobre sua importação. Depois, observe a cor da garrafa e a mantenha em uma adega com temperatura controlada e sem luz.
Vinhos com mais de 20 anos são muito caros, por isso grandes vinícolas lançaram no mercado bebidas que ainda não atingiram seu auge para que os próprios consumidores realizem o envelhecimento, degustando ao longo da evolução. Esse é um grande aprendizado para os interessados no assunto. Aconselho a experiência para quem ainda não teve a oportunidade de saborear um vinho de guarda. Minha dica é apreciar compreendendo a coloração, os aromas e a evolução. Por ser um produto diferenciado, vale uns minutinhos de atenção para entender e degustar o “senhor dos vinhos”.