Uma das etapas da produção de um vinho tinto é a maceração. Ela serve para extrair a cor e os taninos da uva. Para que isso ocorra, e esses compostos estejam presentes na bebida final, é preciso que exista o contato da casca da fruta com o mosto. Geralmente, esse processo é feito durante a fermentação alcoólica.
A tecnologia entrou no mundo da enologia para desenvolver novas técnicas e novos produtos. Foi assim que surgiu o que conhecemos por maceração carbônica, uma prática que produz vinhos jovens e de pouca complexidade.
Durante esta etapa, as uvas sadias são colocadas inteiras dentro de um tanque sem presença de oxigênio – saturado de gás carbônico. É a atmosfera modificada que inicia a fermentação dentro da baga (chamada de intracelular). Uma sequência de processos físicos e químicos ocorrem, assim como a formação de álcool e de muitos aromas. Também é durante esse processo, que pode durar de cinco a 15 dias, que se dá a redução da acidez da uva. Por fim, a casca é separada do líquido e se finaliza a fermentação.
Nascido na França, em Languedoc, esse processo surgiu para a elaboração dos vinhos Beaujolias Nouveau, que ficam prontos na terceira quinta-feira de novembro, sendo que a colheita ocorre em setembro. A maceração carbônica auxilia na praticidade e na rapidez da produção de tintos, uma vez que não tem muita extração de tanino e tem pouca acidez para estabilizar em função da redução enzimática que ocorreu dentro da baga da uva.
Como resultado final de vinhos que passam pela maceração carbônica, se tem uma bebida de consumo rápido, cor viva, mas não muito intensa, com poucos taninos e muitos aromas – que são frutados na própria uva e preservados. São vinhos jovens de pouco envelhecimento e muito fáceis de beber. Até sugere-se uma leve resfriada na bebida em dias de temperaturas mais elevadas para acompanhar queijos e canapés ao fim do dia.
Por serem superfáceis de tomar, os vinhos casam muito bem com receitas despretensiosas, e um tinto sempre vai bem com carne de porco.