Antes de ser protagonista de novela da TV Globo e, agora, participante do Big Brother Brasil, Vitória Strada era estudante do Colégio Tiradentes, da Brigada Militar, em Porto Alegre. E, segundo a atriz, que já está confinada para o reality show, a experiência aguçou o seu senso de disciplina, que ela já tinha desde criança.
— Sou disciplinadamente caótica, porque não transpareço muito. Desde pequena, sempre fui muito disciplinada. A vida não me permitiu aprender a levar a vida com calma. Então, acho que estou tentando aprender isso agora. Entrei no colégio militar e o colégio era baseado na disciplina — disse Vitória no programa Conversa com Bial, em 2022.
A atriz explicou que, no seu dia a dia, fazia questão de se dedicar aos aprendizados da escola, que fica no bairro Glória. Ela contou que era necessário ir sempre fardada para o colégio — azul para os dias letivos e branca para os eventos. E tinha que estar sempre impecável:
— Ia de ônibus e nem sentava, que era para não amassar a farda. Voltava para casa, passava a minha fardinha, fazia aqueles riscos na farda para ficar bem bonitinha. E ficava sentada o dia inteiro na escola, para não amassar a farda, porque isso contava ponto. Então, quem tirava as notas mais altas de disciplina, ganhava um alamar, que é uma condecoração militar que você ganha quando é disciplinado. E tinha aquele alamar disciplinar, das alunas mais disciplinadas.
Vitória, por sinal, também já destacou, em entrevista para a revista JP, que, como estudava em colégio militar e começou a modelar muito cedo, aos 12 anos, não conseguiu viver plenamente a sua adolescência. Assim, enquanto as suas amigas têm histórias para contar da juventude, ela não conseguiu curtir este período — e tenta, agora, na fase adulta, recuperar este tempo perdido.
— Sempre me senti no caminho contrário ao das meninas da minha idade. Enquanto minhas amigas de infância já ficaram bêbadas na balada, fizeram um monte de loucuras e hoje têm histórias divertidas para contar, eu não tenho. Sinto que agora preciso ter uma adolescência que não vivi. Quero me permitir ser mais doida, falar meio sem pensar. Fazer as coisas mais por prazer do que por dever — confidenciou.
Caso de assédio
Já ao podcast Prazer, Renata, do Fantástico, Vitória relembrou o assédio que sofreu durante a adolescência. De acordo com ela, a situação ocorreu em um ônibus da Capital, enquanto ela se deslocava pela cidade, com a farda do Colégio Tiradentes.
— Cresci com medo. Ouvi a minha infância inteira: "A roupa não pode ser colada. Não vai com essa roupa". O dia que fui abusada dentro de um ônibus, eu estava de farda militar, uma saia até o joelho, uma blusa fechada. Fardada. Ou seja, não tinha nada de roupa colada, cabelo preso, sem maquiagem. E aí você fica: pois é, eu fiz tudo o que a minha mãe falou e isso acontece do mesmo jeito — destacou, em 2022.
Para a revista JP, ela deu mais detalhes:
— Um homem ficou passando a mão nas minhas pernas. Tinha 16 anos, usava a farda do colégio. Fiquei congelada, não tive forças para gritar. Cheguei em casa e não quis contar para os meus pais por vergonha, como se tivesse alguma culpa por aquilo ter acontecido. A sensação de fragilidade, de estar sendo invadida, a vulnerabilidade. Lembro daquele momento em flashes. Dizem que isso acontece porque a mente bloqueia nossos traumas de alguma forma.