Recentemente lançado pela plataforma de streaming Disney+, Tico e Teco: Defensores da Lei traz diversas referências a clássicos do estúdio, mas nem todas agradaram o público. Na animação, um dos vilões é um Peter Pan decadente que revela ter se tornado um criminoso depois de ser rejeitado pelos estúdios por se tornar adolescente.
O problema é que essa história é muito semelhante a que aconteceu com o ator Bobby Driscoll, que dublou o líder dos Garotos Perdidos no filme clássico de 1953, quando tinha 13 anos. Fãs apontaram que, assim como o Peter Pan de Tico e Teco: Defensores da Lei, ele acabou sendo deixado de lado pela Disney depois que atingiu a puberdade.
Driscoll atuava desde os seis anos de idade e chegou a ganhar um Oscar e um contrato exclusivo com os estúdios do Mickey. Além de dublar, ele de fato foi a cara do Peter Pan por um período, em espetáculos ao vivo, e serviu de modelo para o garoto animado.
Mas a fama durou pouco. Com as mudanças físicas da puberdade, ficou mais difícil encontrar trabalhos que saíssem do escopo infantil. Conforme apontou o site Far Out Magazine, Driscoll foi demitido da Disney aos 16 anos — a justificativa da empresa foi de que o ator tinha acne severa e exigia muita maquiagem.
Mais tarde, Driscoll começou a usar drogas e chegou a ser preso algumas vezes por porte de entorpecentes. Ele permaneceu na indústria, trabalhando em filmes menores e séries de TV, mas morreu sem-teto aos 31 anos, em 1968 — o ator foi, inclusive, enterrado como indigente.
Repercussão
Não demorou para que a semelhança entre o Peter Pan apresentado no filme Tico e Teco: Defensores da Lei e Bobby Driscoll chamasse atenção nas redes sociais, levantando uma onda de críticas a Disney. "Achei de mau gosto a referência", afirmou um usuário no Twitter.
"Eu ia dar a eles (Disney) o benefício da dúvida, mas de jeito nenhum eles não sabiam o que estavam fazendo", disse outro. "Desrespeito", classificou um internauta.
O estúdio ainda não se manifestou sobre a polêmica.