O Galpão Crioulo deste sábado (13) presta sua homenagem à cantora e compositora Deborah Rosa, uma das mais importantes vozes da nova geração da música nativista gaúcha. Natural de Santa Maria, Deborah faleceu na manhã do dia 3 de março, aos 45 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória. O programa, que vai ao ar às 6h50min pela RBS TV, relembrará momentos marcantes da cantora no palco da atração.
Circulando por diferentes gêneros musicais, dos compassos tradicionalistas aos batuques do samba e da religiosidade afrogaúcha, a cantora gravou seu nome na cultura do Rio Grande do Sul. Interpretando o chamamé Amanhecer, de Ivo Ladislau, sagrou-se campeã do Encontro de Artes e Tradições Gaúchas (Enart) do ano de 2012 na categoria Intérprete Solista Vocal, representando o CTG Caminhos do Pampa, de Porto Alegre.
Em 2015, recebeu o troféu Origens na 25ª Tafona da Canção, interpretando Ama de Leite, de Heleno e Lanes Cardeal, em dueto com Lú Schiavo. A premiação, que é promovida pelo Galpão Crioulo, reconhece o talento de artistas que se destacam em festivais e contribuem para a cultura tradicionalista. No palco do programa, a cantora celebrou a conquista do prêmio ao lado dos apresentadores Neto Fagundes e Shana Müller.
— Desde a primeira vez em que a Deborah Rosa apareceu ali no Galpão, ela já chegou surpreendendo pela potência da voz. Ela era uma figura muito carismática, que chamava atenção pelo brilho como artista. Quando ela chegou, encantou todo mundo e deixou uma marca muito forte por ser uma figura muito querida, muito simpática e alguém que já tinha uma história muito forte lá em Santa Maria. Desde a primeira vez me chamou atenção muito por isso. Por, além de cantar bem, ser uma pessoa com uma luz muito forte — relembra o músico e apresentador do Galpão Crioulo Neto Fagundes.
Cruzando a porteira dos pagos campeiros, Deborah destacou-se por protagonizar espetáculos interpretando grandes nomes da música popular brasileira, como Elis Regina, Maria Bethânia e Clara Nunes. Em 2017, lançou o EP Saravá e rodou o estado com o espetáculo Divas do Rádio, inspirado nas cantoras de radionovelas e programas de auditório. Em 2020, esteve à frente do movimento de arrecadação para manter o Theatro Treze de Maio, de Santa Maria, durante a pandemia — o mais tradicional palco da Cidade da Cultura, no qual a cantora subiu pela primeira vez em 1998.
Nascida em uma família de artistas, a cantora chegou a formar-se em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Contudo, foi na música que encontrou sua realização. Em sua despedida, no velório realizado na manhã de 4 de março, familiares e amigos próximos uniram-se em coro para cantar os versos de Não Deixe o Samba Morrer. O sepultamento no Cemitério Ecumênico de Santa Maria foi antecedido por uma carreata pelas ruas da cidade.
A artista deixa o esposo, o artista visual Luciano Santos, a mãe, a artista plástica Deja Rosa, o pai, Danilo Rosa, e os irmãos Daniel e Daniela Rosa.