Filha de um médico nigeriano e de uma aeromoça gaúcha nascida em Canoas, Remi Owadokun, 32 anos, encarou problemas devido à obesidade desde os seus 10 anos de idade. Há cinco, decidiu começar um projeto para emagrecer. Durante 10 meses, ajustou sua alimentação e praticou exercícios físicos. Esta experiência resultou no livro Como Eu Perdi 40kg: A Jornada que Mudou a Minha Vida, seguido por mais três volumes que tornaram best-sellers da plataforma de vendas Amazon. Remi ainda levou sua história para a animação de 12 episódios Phat Gal Series, o videogame mobile Phat Gal, que lhe rendeu indicação ao Her Network Women of the Year Award, e a série de TV Phat Gal, a ser lançada na plataforma de streaming da Amazon, com 12 episódios mostrando o processo de emagrecimento de Remi.
— As pessoas sempre acham que eu perdi peso por causa de estética. Não foi o caso. Era estilista formada em Milão, fazia casacos para celebridades na Nigéria. Tinha amigos e namorado. Para mim, não faltava nada. Eu não precisava perder peso para conseguir alguma coisa, já tinha o que eu precisava — diz Remi.
A ideia da série surgiu há quatros anos. Na época, Remi e o diretor nigeriano Malik Afegbua conversaram sobre a possibilidade de produzir até um filme, o que custaria U$ 50 mil. A empreitada acabou ficando no papel. No ano passado, Remi voltou a procurar o Malik e escreveu o roteiro pensando em três temporadas. A segunda e terceira, ainda sem data de estreia, terão 10 episódios, confirmou Remi após acordo com a Amazon.
Com o custo aproximado de U$ 18 mil por episódio, Phat Gal foi gravada em Lagos, na Nigéria, e ficou pronta em seis meses. A comédia dramática segue mesmo o humor debochado do cotidiano que Remi imprimiu em seus livros.
— Se você come salada todo dia, mas é uma pessoa infeliz, você não é saudável. Corre todas as manhãs, mas não conversa com ninguém, você não é saudável. Temos que ver o saudável em 360° — explica Remi, que abandonou a profissão de estilista para seguir carreira como coach de saúde.
Com certificado em especialização em neurolingística pelo Institute of Integrative Nutrition, em Nova York, nos Estados Unidos, Remi fundou o Total Makeover Program. Com três anos de funcionamento, a plataforma virtual já atendeu mais 10 mil pessoas em 11 países.
— Tenho 17 crianças com o meu nome, mas é no meio, porque meu nome é difícil — conta, orgulhosa.
Segundo ela, 95% das pessoas que a buscam são mulheres que querem emagrecer por estética ou para engravidar. No entanto, ela destaca que nos seis meses de tratamento foca nos pontos que fazem as pessoas desenvolver hábitos danosos à saúde.
— O foco é ter qualidade de vida. Eu passei 10 anos tomando remédio. Aceitei como uma coisa normal. Meu pai era médico, tudo em casa era resolvido com remédio. Acreditava que para viver qualquer vida que quisesse era só tomar remédio — aponta.