Com o intuito de prestar uma homenagem ao programa original, o remake de Os Trapalhões estreou na última segunda-feira (17), no Canal Viva. Na versão moderna do humorístico, novos protagonistas juntaram-se aos veteranos Didi (Renato Aragão) e Dedé (Manfried Sant'Anna). Já na primeira cena, a dupla experiente está em um berçário conhecendo os novatos. Os bebês, com a cara dos atores, são batizados por Didi: Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Gui Santana). Com os novos trapalhões apresentados e nomeados, o programa começa de verdade na esquete seguinte, procurando resgatar seu velho humor circense e recorrendo ao físico para fazer graça.
No quadro, Didico está em casa preparando um café, quando Zaca chega do cinema e passa lhe contar do filme de comédia que assistiu. Enquanto narra a história que viu, ele vai exemplificando no trapalhão o que acontece na trama, arremessando comida nele. Depois é vez de Mussa contar a Didico o filme de ação que assistiu – dando-lhe socos e pontapés. Por fim, Dedeco chega e quer contar sobre o longa "Como Fazem os Bebês", mas Didico põe o amigo para correr com um revólver gigante.
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O remake segue com quadros mais longos – como a barbearia de Didico e o elevador lotado de trapalhões –, além de esquetes mais curtas como uma em que Didi tocando a campainha de "Madame Zoraida adivinha tudo".
No primeiro episódio, Gui Santana e Mumuzinho se destacaram em suas caracterizações de Zacarias e Mussum, equivalentes de seus personagens. Didico não teve muito protagonismo ou situações que pode destoar. Parece que o personagem cumpriu mais a função de escada (alvo para a piada de outro comediante) do que Dedeco – este com participação discreta na estreia, sem muito o que acrescentar.
Um dos desafios do remake era reinventar o humor politicamente incorreto de Os Trapalhões. Uma esquete até toca no assunto, com Dedé alertando Didi para ter cuidado com o que vai falar, pois "os tempos são outros". De qualquer maneira, a principal matéria-prima do programa sempre foi o humor circense, às vezes nonsense, que conquistava crianças e adultos. A nova versão tenta investir nesse formato pastelão, mas o resultado é enfadonho e pouco risível, com quadros arrastados e sem qualquer impacto humorístico – como o da reunião de super-heróis. Quem assiste ao humorístico pela nostalgia pode ficar entediado e preferir ver uma reprise. Fica a dúvida quanto ao público infantil: com tantas opções na internet, será que o remake prenderia a atenção dos pequenos? Resta esperar a estreia para o grande público na Globo, em setembro, para saber.