Familiares, amigos e personalidades do tradicionalismo manifestaram pesar pelo falecimento de Nésio Alves Corrêa, o Gildinho. Considerado um dos maiores artistas da música gaúcha, o acordeonista morreu aos 82 anos, a uma semana de completar 83 anos, vítima de câncer.
— Conheci a arte do Gildinho quando ainda era criança e acompanhava familiares nos bailes em Passo Fundo. Ele compôs músicas que jamais sairão da memória dos gaúchos. Os Monarcas representam a essência da música fandangueira — definiu o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Alessandro Gradaschi.
Ele citou as canções Brasil de Bombacha, O Vento e Estampa e Legenda como marcas do estilo de composição de Gildinho.
No X, o governador em exercício, Gabriel Souza destacou que o "O Rio Grande do Sul perde um de seus maiores ícones culturais".
— É um artista muito importante para a tradição do fandango e da música tradicionalista. É uma notícia muito triste, pois de trata de uma referência para a cultura gaúcha — apontou também Neto Fagundes.
Sobrinho do artista, Evandro Corrêa destacou que, além de grande representante da arte regional, Gildinho também era uma personalidade marcante em sua vida familiar e afetiva.
— O tio Gildo era um ícone da música no Estado e no país. Ele era dedicado ao trabalho. Mantinha sua rotina de ensaios semanais. Gostava de futebol e torcia para o Grêmio. Era um cara divertido e ótimo contador de causos — lembra o sobrinho.
Companheiro de trabalho por 33 anos, o também acordeonista Francisco Brasil, o Chico, destacou que foi selecionado por Gildinho em um festival de música e, desde então, conviveu de maneira próxima ao artista.
— Foi o primeiro e único emprego profissional que eu tive. Ele era da comissão julgadora do concurso. Depois de ver minha apresentação, já me fez o convite. Eu tinha 16 anos na época. Comecei como "free" e logo depois fui oficializado nos Monarcas e pude conviver com o Gildinho por todos estes anos — contou.
Trajetória de sucessos
O artista fundou o grupo Os Monarcas em 1972. No último dia 20 de novembro, foi internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, com sangramentos e dores ósseas. Durante a internação, os médicos descobriram também um tumor na próstata.
A morte foi registrada às 17h15min deste sábado (11). Os Monarcas gravaram 50 discos e receberam 10 de ouro, tendo sido premiado nacionalmente, com o extinto Prêmio Sharp, e quatro vezes com o Prêmio Açorianos.
Gildinho também foi patrono da Semana Farroupilha, recebeu o Troféu Guri, do Grupo RBS, e a Medalha do Mérito Farroupilha da Assembleia Legislativa.
O velório deve acontecer neste domingo (12), no CTG Sentinela da Querência, em Erechim. A despedida será aberta ao público. O sepultamento ocorrerá no Cemitério Municipal de Erechim, às 17h.