Semanas antes do início do Carnaval no Brasil, os foliões porto-alegrenses já puderam extravasar suas energias em um grande clima de festa popular. Foi na saída oficial do Bloco da Laje, que aconteceu na manhã deste domingo (26), mobilizando milhares de pessoas. A concentração foi realizada na Ponte de Pedra, no Largo dos Açorianos, Centro da Capital, por volta das 9h. E logo um trio elétrico com os músicos do grupo seguiu pela Avenida Borges de Medeiros, dando o tom da animação que agitou o fim de semana de Porto Alegre.
Com fantasia completa – via-se "diabinhos", enfermeiros, havaianos e até gente vestida com trajes chineses, em homenagem ao Ano-Novo chinês, celebrado no dia 25 de janeiro –, ou apenas alguns adereços carnavalescos, os foliões seguiam animados os músicos do Bloco da Laje ou faziam sua própria festa.
– Eu amo isto aqui! Não perco um ensaio. Que energia boa! – dizia, sorrindo, a estudante Stéphanie Barros, 21 anos, coloridíssima tanto nos trajes quanto na purpurina que cobria o corpo.
Não se via só azul, vermelho e amarelo, tradicionais cores do bloco: do branco ao verde néon, da blusa rosa à camiseta listrada, os foliões, muitos em roupa de banho, divertiam-se no evento cultural. Alguns portavam placas divertidas, como "Seu destino está aqui", ou combativas, como "O futuro é feminino".
— A gente vem aqui para se divertir, mas também é por uma causa. A cultura tem que ser livre! — defendia a secretária Raquel Palhares, 26 anos, que veio de Canoas só para aproveitar a festa.
O trajeto, saindo da alça de acesso da Praça dos Açorianos em direção à Avenida Borges de Medeiros até a Praça Isabel a Católica, causou confusão no trânsito para quem transitava pela Borges de Medeiros, nas proximidades com o Centro ao final da manhã. Orientados a só utilizarem a pista Centro-bairro, os foliões acabaram se espalhando e caminhando também pelo sentido bairro-Centro, levando a congestionamentos que só foram dispersados após pedidos insistentes dos músicos para que a via fosse liberada.
Também a Brigada Militar destacou equipes para acompanhar o evento, e a prefeitura disponibilizou, ao longo do trajeto, alguns banheiros químicos – que, em pouco número para a quantidade de pessoas, acabaram levando à formação de filas.
O céu limpo, quase sem nuvens, aliado a um calor que por vezes dava trégua, graças a um agradável vento, levou muita gente a andar junto com o bloco. Andar, sim, porque poucos eram os que dançavam: a maioria estava ali para conversar, beber e encontrar os amigos, enquanto poucos arriscavam alguns passos quando as músicas tocavam. E o repertório era variado: se samba não é bem o forte da gurizada, ganhou força no bloco a mistura de ritmos como funk, soul, rock, maracatu e até umas brincadeiras com o tradicionalismo.