Um monte de gente comendo bem (rodízio de carboidratos), falando alto (o botão individual do volume costuma vir estragado de fábrica), gesticulando (como se houvesse a necessidade de encenar cada história contada usando as mãos), discutindo (porque quem fala sempre tem razão), xingando (a sentença geralmente começa com um "pórco") e dando uma choradinha sempre que possível (porque o botão das emoções também veio estragado de fábrica). Eis aí a descrição de um almoço típico de famílias de descendentes de italianos espalhadas pelo interior gaúcho. Cheia de clichês, sim, mas causando identificação imediata em quem é ou convive com gringos. É justamente nesse forte poder de identificação que o chamado "humor colono" investe suas fichas.
Piada com sotacón
De Radicci a Badin: como o humor colono ajuda na autoestima dos descendentes de italianos e alemães
Além do riso pautado pela identificação, a comédia acaba proporcionando uma aproximação da figura do imigrante com as novas gerações
Siliane Vieira
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