A cada lançamento de disco, renasce, sabe-se lá de onde, a expectativa de que o Metallica irá "retornar à velha forma". Tem sido assim há muito tempo. Lamento, crianças, mas não vai ser desta vez. De novo. Com Hardwired... to self-destruct, o quarteto faz o que vem fazendo desde sempre: segue em frente.
Lançado na semana passada, Hardwired... entrega exatamente aquilo que seus singles anunciaram, ou seja, uma continuação de Death magnetic (2008). Estão lá os temas longuíssimos (a maioria das 12 faixas tem duração maior que seis minutos) construídos ao redor da guitarra de James Hetfield, amparados por uma cozinha segura e honesta e com um ou outro momento de brilho de Kirk Hammett. Produção esmerada, som limpo e palatável para qualquer audiência.
O que significa, sim, que os fãs xiitas (portanto saudosistas), que povoam fóruns de heavy metal nos quais cada respiro do Metallica é impiedosamente destrinchado e analisado, irão apenas ignorar Hardwired... em detrimento da produção anterior da banda. No que estão corretos, porque Hetfield, Lars Ulrich, Hammett e Robert Trujillo também os estão ignorando – e não é de agora.
Música
Em disco cumpridor, Metallica retoma após hiato de oito anos
"Hardwired... to self-destruct" segue na linha do seu antecessor, "Death Magnetic"
Gustavo Brigatti
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