Um ex-conhecido me encontra no supermercado, eu estava imerso em contemplação (já me disseram que sou a única pessoa que perde tempo diante de macadâmias), e logo vem me cumprimentar pelas crônicas da Zero Hora. Faço-lhe uma mesura e espero. Tem sido sempre assim, um elogio e depois uma adversativa. Admito minha parte da culpa, acredito na inerência de minhas falhas, mas reconheço que progressivamente as gentes têm agido dessa maneira: não conseguem mais fazer um elogio completo, nem disfarçam a delícia que lhes acomete ao começar a parte da crítica. Por isso, aguardo que o reconhecido me lance suas objeções.
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