Nas ruas desertas do bairro da infância não havia ainda o risco das armas de fogo das movimentadas ruas do bairro da maturidade. Seria exagero falar em violência lírica, embora a arte há muito tenha confirmado tal possibilidade, mas era ao menos uma violência com a qual podíamos lidar. Um dente quebrado, um olho roxo, joelhos e cotovelos ralados por rolar no areião em luta corporal. Um mundo de regras rígidas: se alguém estivesse sozinho, os combates eram mano a mano, cusparadas e mordidas expunham ao opróbrio o seu perpetrador.
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