Em As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, o aventureiro Marco Polo descreve a Kublai Khan as fantásticas cidades que pertencem ao imenso domínio do grande imperador tártaro. São lugares que misturam fantasia, fausto, decadência, memória. Cidades tão reais que são feitas de sonho. Cidades onde nunca se consegue chegar ou, por mais que se ande, jamais se encontra a saída, cidades que avançam no mapa do dia para a noite, cidades que são melhores quando vistas em cartões-postais. Cidades antigas. Cidades futuras. Cidades que ainda não nasceram e outras que morrendo estão sempre a nascer. Círculos que se fecham em círculos, ou se abrem em espirais sem fim.
Coluna Pampianas
Vinícius Brum: Cidades e canções
O colunista escreve mensalmente no 2º Caderno