Um filme de super-herói em que o protagonista não só mata levado pelas circunstâncias, mas o faz com alegria sádica, em cenas de violência ultragráfica, não é algo muito comum. O gênero costuma se equilibrar entre o tom épico e melancólico de heróis como Batman ou Superman, da DC, e a pegada "aventura para toda a família", que se tornou característica da Marvel com personagens como Homem-Aranha e Homem de Ferro. Com Deadpool, a Marvel aposta em uma produção que transforma em piadas os aspectos risíveis de indivíduos superpoderosos que andam pelo mundo com fantasias coloridas.
No filme de Tim Miller que está chegando aos cinemas, Ryan Reynolds retoma o papel de Wade Wilson, ignorando a lambança feita com o personagem em Wolverine (2009). Ex-soldado tornado mercenário, Wilson descobre que tem câncer. Motivado pela ideia de se curar para voltar para a mulher que ama (a bela atriz de origem brasileira Morena Baccarin), aceita participar de um programa de criação de supersoldados (nos quadrinhos, o mesmo que deu garras e um esqueleto indestrutível a Wolverine).
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O tratamento funciona contra o câncer, mas Wilson fica com o rosto deformado – "como se um abacate fizesse sexo com outro abacate mais velho", como define seu amigo Weasel (T.J. Miller). Frustrado, Wilson decide se vingar de Ajax, o chefe do programa (Ed Skrein).
Criado por Fabian Nicieza e Rob Liefeld, Deadpool é fruto de uma das eras mais toscas da HQ americana, os anos 1990, quando nomes como Liefeld, Jim Lee e Mark Silvestri ficaram famosos ao produzirem páginas duplas "iradas", cheias de ação e violência, e roteiros descabeçados, em que o plágio comia solto.
Deadpool sobreviveu porque, com seu carisma demente e os poderes que o tornam praticamente imortal, abriu possibilidades para histórias que abraçavam o humor nonsense em um dos períodos mais sisudos e afundados em esteroides dos quadrinhos de herói.
O filme honra essa peculiaridade, com piadas pesadas sobre sexo, sangue e a confusa linha narrativa da franquia dos X-Men. Perde, no entanto, por esbarrar nos clichês do gênero.
E tirar sarro de um clichê nem sempre o torna menos aborrecido.
A primeira encarnação
Quem não é muito fã de quadrinhos e super-heróis não deve lembrar do personagem de Ryan Reynolds no esquecível X-Men Origens: Wolverine (2009). Lá estava o mesmíssimo Wade Wilson, em uma versão odiada pelos fãs do personagem. Espectadores menos entendidos provavelmente não entenderam nada, apenas acharam (com justiça) dispensável.
Conhecido por sua personalidade falastrona, Deadpool é submetido ao mesmo experimento que criou Wolverine, tornando-se um zumbi sem boca com um kit genérico de poderes já vistos em outros mutantes da franquia, mas nunca nos quadrinhos do personagem – como garras à Wolverine e raios ópticos tal qual os de Ciclope. Do material característico do personagem, só sobraram mesmo (e ainda assim, no primeiro arco do filme, e não em seu polêmico final) as longas espadas que são sua marca.
DEADPOOL
De Tim Miller Aventura, EUA, 2015, 119min. Em cartaz nos cinemas. Cotação: 3 de 5.
CÓPIAS IMAX DUBLADAS
Cinespaço Wallig 8 (13h20, 15h25)
CÓPIAS IMAX LEGENDADAS
Cinespaço Wallig 8 (17h30, 19h35, 21h40)
CÓPIAS DUBLADAS
Arcoplex Rua da Praia 2 (14h, 16h10, 18h30)
Cineflix João Pessoa 2 (14h30, 17h, 19h20, 21h40)
Cineflix Total 1 (14h30, 17h, 19h20, 21h40)
Cinemark Ipiranga 5 (12h20, 17h30)
GNC Lindoia 1 (14h, 16h20, 18h45, 21h)
GNC Praia de Belas 5 (13h20, 17h40)
CÓPIAS LEGENDADAS
Cineflix João Pessoa 1 (19h40, 22h)
Cineflix Total 4 (19h45, 22h)
Cinemark Barra 4 (13h10, 16h, 18h30, 21h)
Cinemark Barra 5 (12h30, 15h, 17h30, 20h20, 23h)
Cinemark Ipiranga 3 (13h20, 16h, 18h40, 21h10)
Cinemark Ipiranga 5 (15h, 20h30)
Espaço Itaú 4 (14h20, 16h40, 19h10, 21h30)
GNC Iguatemi 5 (17h30, 19h40)
GNC Iguatemi 6 (13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10)
GNC Praia de Belas 5 (15h30, 19h50, 22h)
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