Em 2011, ainda lambendo as feridas de um rompimento, Adele implorava para que o ex (àquela altura já com outra) não a esquecesse, na sofrida Someone Like You. Quatro anos depois, em Send My Love (To Your New Lover), ela não apenas lamenta o fracasso da relação por ele não conseguir acompanhar o ritmo dela, como o está tirando da cabeça e deseja, na boa, que ele trate a atual melhor. É o que dizem: nada como um pé na bunda para empurrar a gente pra frente.
Lançado nesta sexta-feira, 25 tem essa pegada, digamos, Beijinho no Ombro. Pelas suas 11 faixas, Adele continua lamentando os dissabores do amor em pequenas crônicas de corações despedaçados. A diferença é que, agora, ela não está mais no papel de vítima, da donzela indefesa deixada a míngua ou que ainda nutre esperanças de uma segunda chance – base dos discos anteriores, 19 (2008) e 21 (2011).
Confira de quantos números Adele é feita
Hello, primeiro single e faixa que abre o disco, deixa essa intenção clara. O piano soturno da abertura pronuncia uma DR daquelas que se evita a qualquer custo – mesmo que seja uma DR entre ex amantes, do tipo para acertar pontas que ficaram soltas. Ali está uma Adele consciente do estrago que causou ("Me desculpe por partir seu coração") e da necessidade de seguir em frente ("Existem diferenças e um milhão de milhas entre nós").
Beijinho no ombro
Crítica: em "25", Adele investe em crônicas de corações despedaçados, mas deixa de lado o papel de vítima
Novo disco continua tendo o vozeirão da cantora como protagonista
Gustavo Brigatti
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