Ela
(Her) - De Spike Jonze. Com Joaquin Phoenix, Amy Adams e Chris Pratt. Hypado drama com um pé na ficção científica sobre um homem que se apaixona pela voz de um sistema operacional - que na versão original é de Scarlett Johansson, o que faz todo o sentido, convenhamos. Não, o filme não é afetado, ao contrário do que pode parecer. Tem um visual lindo (cálido, cheio de cores quentes) e está cheio de reflexões interessantes sobre a solidão no mundo contemporâneo. E tem Joaquin Phoenix, talvez o melhor ator de sua geração. Drama, EUA, 2013, 126min. Max, 17h05min
Entreatos
De João Moreira Salles. É histórico este documentário sobre os bastidores da campanha que culminou com a eleição do ex-presidente Lula (em 2002). Conversas privadas, reuniões estratégicas, o "atrás das câmeras" das gravações de pronunciamentos e programas eleitorais - tudo é registrado com faro de jornalista e sensibilidade de artista por João Salles, discípulo de Eduardo Coutinho (1933 - 2014) e um dos melhores cineastas brasileiros da atualidade. Aliás, Entreatos compõe um díptico com Peões, de Coutinho, sobre metalúrgicos que conviveram com Lula antes de sua ascensão política: ambos foram lançados juntos e se completam como um ensaio sobre o ex-presidente. Documentário, Brasil, 2004, 117min. Canal Brasil, 18h45min
Celeste e Jesse para Sempre
(Celeste and Jesse Forever) - De Lee Toland Krieger. Com Rashida Jones e Andy Samberg. Uma comédia romântica não tão convencional sobre a separação de um jovem casal, com muitos clichês (a começar pela personalidade dela, mais madura do que ele) mas bem filmada e com algumas surpresas, especialmente se levado em conta que se trata de um exemplar de um gênero batido e desgastado na Hollywood atual. Krieger, o diretor, é o mesmo de A Incrível História de Adaline (2014), que ainda está em cartaz nos cinemas de Porto Alegre. Comédia romântica, EUA, 2012, 92min. Max HD, 19h20min
Vestida para Matar
(Dressed to Kill) - De Brian De Palma. Com Michael Caine, Angie Dickinson e Nancy Allen. Um dos grandes filmes de De Palma, é também uma de suas mais escancaradas homenagens a Hitchcock em sua trama sobre a testemunha de um assassinato que vira suspeita de tê-lo cometido. A narrativa é intrincada e exige atenção, mas a recompensa, para o espectador, é valiosa. Suspense, EUA, 1980, 105min. Telecine Cult, 22h
Queime Depois de Ler
(Burn After Reading) - De Ethan e Joel Coen. Com George Clooney, Frances McDormand, Brad Pitt, John Malkovich, Tilda Swinton e Richard Jenkins. Uma sequência de acontecimentos que começa com a demissão de um analista da CIA e termina com a perda de um CD contendo documentos confidenciais em uma academia de ginástica é a premissa para os irmãos Coen falarem de uma ampla e descontrolada perda do bom senso - qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. O que é mais interessante neste que foi seu primeiro filme após a vitória no Oscar com Onde os Fracos Não Têm Vez (2007) é que a dupla parece atirar para todos os lados - e consegue sempre ser certeira. Seu 13º longa-metragem não é o melhor de sua carreira (este título cabe mais em Fargo ou Barton Fink), talvez não seja nem o mais engraçado (lembra de Arizona Nunca Mais e O Grande Lebowsky?), mas é um dos mais bem-sucedidos em seus propósitos de desvendar certas características do mundo contemporâneo. Comédia, EUA, 2008, 96min. Studio Universal, 0h40min