Participei de diversas manifestações políticas ocorridas por este mundo afora, ora me engajando, ora como simples observador: a Revolução dos Cravos, o Solidariedade, a Revolução de Maio, a Primavera em Praga, a morte do General Franco, a deposição do Allende e depois a do Pinochet, o Comício dos Cem Mil, a marcha dos cara-pintadas e por aí vai. E o melhor é que acreditávamos no que fazíamos. Tínhamos a mais absoluta certeza de que poderíamos melhorar o mundo, torná-lo mais inteiro, mais humano, contribuir para que as pessoas se tornassem mais íntegras. A política é desgastante, cheia de conflitos e, na maioria das vezes, traiçoeira. Por isso, chegou o momento em que optei por me isolar neste meu mundo longe do mundo. Não tenho jornais diários, revistas semanais, luz elétrica, mas a tranquilidade do meu rancho, da minha biblioteca, onde passo a maior parte dos meus dias.
Coluna Pampianas
Sergio Napp: "Com o meu rádio de pilha, tento me conectar com o que se passa longe"
O escritor e letrista escreve mensalmente na coluna Pampianas do Segundo Caderno