Nesta segunda década dos anos 2000, observamos a popularização dos sites de redes sociais, bem como uma diversificação dos seus usos pela população em geral. Mais do que discutir questões sobre inclusão ou aspectos de cunho econômico que são relevantes mas abrem outros modos de análise, este texto pretende pensar sobre usos e apropriações do humor e do entretenimento no âmbito das práticas cotidianas. Nesse sentido, há uma série de estudos e pesquisas sobre a forma como as pessoas expressam seus gostos nas redes sociais e como produtos midiáticos da cultura pop, celebridades, marcas e até pessoas comuns se tornam alvo dos chamados "trolls" e "haters". Uma questão a ser problematizada é o fato de que a maioria das pesquisas feitas sobre o tema no contexto anglo-saxão (sobretudo Estados Unidos, Canadá e Inglaterra) fala dos trolls e da prática de "trollagem" como algo praticamente similar ao ciberbullying, enfatizando os aspectos negativos e as manifestações de ódio e desestabilização. Já as pesquisas nacionais apresentam uma ressignificação desse termo, pois os trolls são vistos como aqueles para quem, na linguagem da rede, a "zueira nunca tem fim", personagens que, por diversão, jogam lenha na fogueira das discussões online.
Beijinho para as inimigas
Por que a rejeição pauta a atitude de alguns grupos frente a grandes fenômenos de mídia
Pesquisadora analisa "trolls" e "haters" das redes sociais