A amizade e a parceria musical entre o músico Ivo Fraga e o poeta Jaime Vaz Brasil rende frutos há pelo menos 30 anos. E o mais recente acaba de sair do forno: Ivo Fraga Interpreta Jaime Vaz Brasil (independente, R$ 29,90) ganha sessão de autógrafo nesta quinta-feira, às 19h, na Livraria Cultura.
A história da dupla remete aos festivais de música que ocorreram no Rio Grande do Sul entre as décadas de 1970 e 1980. Na época, Brasil começava a se destacar como letrista em mostras como a Califórnia da Canção Nativa, o Musicanto e a Moenda da Canção. Ao mesmo tempo, Fraga estava se tornando um intérprete dos mais requisitados por sua voz de barítono e sua presença de palco. A sintonia não poderia ter sido mais fina.
- Basicamente, o Jaime escreve como eu escreveria se fosse poeta, e eu interpreto os poemas dele da forma como ele gostaria que fossem interpretados - explica Fraga.
O disco abrange uma década da produção de Brasil, com letras que tratam dos mais variados temas - repressão política (As Mães da Praça de Maio), vida campeira (Na Face Oculta da Lua), crônicas do cotidiano (Milonga de Constâncio Soledad) e alertas ambientais (Dádiva). São, ao todo, 16 poemas transformados em música - a maioria milongas - por nomes como Marco Aurélio Vasconcellos, Mário Barbará, Pery Souza, Ricardo Freire e Sérgio Rojas, que ganharam a interpretação distinta de Fraga. O músico garante haver material para pelo menos mais dois novos álbuns.
- O Jaime é meu letrista favorito, e temos muitas outras composições esperando para gravar - comenta.