Fazer humor que diverte sem provocar risadas foi o desafio que Miguel Falabella propôs quando escreveu Pé na Cova. A aposta do autor em mostrar uma família do subúrbio carioca com integrantes esquisitos, incultos e que se atrapalham com as palavras fisgou tanto a audiência que terá uma segunda temporada a partir de terça-feira, às 23h05, na Globo.
- O Brasil tem lacunas profundas no processo educacional. As pessoas adoram essa coisa de eles não saberem o nome de nada, nunca saberem nada. ê quase um diálogo de absurdo -, analisa o criador e protagonista.
Ele afirma que a trama sobre os personagens que vivem em função da morte, em uma funerária falida, tem a ver com uma mudança de foco de seus textos.
- É um olhar afetuoso que quero lançar sobre os esquecidos. Minha ideia sempre foi fazer os Addams do Irajá. Mas queria fazer uma Família Addams contemporânea e falar dessa profunda indigência em que a gente vive.
Segundo Falabella, a resposta do público é direta e vai além das pesquisas que recebe da emissora.
- As pessoas falam muito comigo. Como são muitos anos de televisão, as pessoas têm uma relação muito curiosa comigo. Elas não me veem como celebridade. Chegam com intimidade e falam com muita franqueza. Acho que o seriado está cumprindo (o papel). Se não for totalmente entendido agora, será um dia, quando o Paquistão tiver visto a luz. Mas é para isso que a gente faz arte, né? - diz.
Eles estão de volta
Segunda temporada de "Pé na Cova" volta à Globo nesta terça-feira
Programa começa às 23h05
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