Foi realizada neste sábado a sessão comentada do filme O Tempo e o Vento, de Jayme Monjardim, dentro da programação CineClube ZH.
O escritor e cineasta Tabajara Ruas, que trabalhou com Letícia Wierzchowski na adaptação da saga de Erico Verissimo para as telas, participou do bate-papo com o jornalista Carlos André Moreira que lotou a sala 8 do Espaço Itaú de Cinema. Muitas das manifestações do público foram, mais do que perguntas, depoimentos de aprovação entusiástica do resultado. Tabajara Ruas falou sobre o processo de adaptação da primeira parte de O Tempo e o Vento, O Continente, para um filme com apenas duas horas de duração
- Nós temos, em cinema, uma forma de contar o tempo cinematograficamente. Há uma convenção de que cada página de roteiro corresponde a um minto de filme, logo, nossa tarefa era reduzir O Tempo e o Vento para 120 páginas. Por aí vocês têm ideia do desafio - comentou o escritor.
Ao ser perguntado sobre o quanto o filme poderia, ou não, alcançar sucesso nacional uma vez que apela muito ao ufanismo gaúcho criticado pelo resto do país, Tabajara declarou:
- Não vejo assim. Acho que há sim no Rio Grande do Sul aspectos de um ufanismo exacerbado, mas o obra de Erico e a adaptação ao filme lidam com uma cultura real com episódios dramáticos de nossa formação como uma civilização de fronteira. O Rio Grande do Sul, historicamente, no período que o filme aborda teve paz por 20 anos e, a cada duas décadas, um conflito armado rebentava no estado. Isso também é parte do que formou a cultura local.
No fim de semana de estreia, O Tempo e o Vento somou 67 mil espectadores no Rio Grande do Sul (R$ 866 mil arrecadados), número que deve aumentar consideravelmente com a estreia nos demais Estados brasileiros neste fim de semana.
