Sem um local para ensaio desde o final de março, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) aguarda a reforma em uma sala do Centro Administrativo do Estado, que deverá ficar pronta em outubro, segundo o diretor artístico Tiago Flores.
No início do ano, a orquestra teve de deixar o armazém A3 do Cais do Porto - onde ensaiava desde março de 2010 - devido às obras de revitalização da orla. Para receber os ensaios da Ospa, o armazém havia sido adaptado a um custo de R$ 350 mil, pagos pelo Banrisul. Músicos da orquestra criticavam a acústica do local. A maioria dos ensaios ocorre, atualmente, na Igreja São Pedro, na Avenida Cristóvão Colombo.
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No dia 4 de abril, Zero Hora publicou reportagem revelando que a Ospa cogitou ocupar um espaço no Bourbon Shopping Wallig, na Avenida Assis Brasil, e que a sala no Centro Administrativo havia sido descartada por entraves burocráticos. Agora, o plano volta à baila. A adequação da sala custará R$ 600 mil e será financiada com verba do governo do Estado.
- Haverá tratamento acústico e espaço para armazenar os instrumentos. A ideia é ficar lá até a inauguração da Sala Sinfônica - afirma Flores.
As atuais condições dos ensaios são motivo de insatisfação dos músicos. O tubista da orquestra e presidente da associação de funcionários da Ospa, Wilthon Matos, observa:
- Na sala em que estamos ensaiando, não há tratamento climático nem de iluminação. Na quinta, estava tão frio que o ensaio foi cancelado.
Sobre a escolha da sala no Centro Administrativo, Matos afirma:
- Há um lado positivo porque a sala é do governo, e sabemos que não será retirada de nós às pressas. Mas tecnicamente não sei dizer. Nós, os músicos, não temos participado desse projeto como estamos participando da construção da Sala Sinfônica.
Flores responde:
- A iluminação da sala na igreja São Pedro já está resolvida. A questão da temperatura e da acústica será resolvida até o final de julho. Quanto à participação dos músicos na sala de ensaios que será no Centro Administrativo, o projeto está sendo feito por um engenheiro acústico sugerido pelos músicos.
Enquanto isso, a Ospa constrói sua sede definitiva. A Sala Sinfônica chegou a ser anunciada para a metade de 2014 pelo secretário da Cultura, Luiz Antonio de Assis Brasil. A previsão de Flores é para o final daquele ano. Depois de concluída a etapa das fundações, houve uma licitação para a construção do prédio propriamente dito, parte orçada em R$ 25 milhões. A única empresa candidata não atendeu aos requisitos do edital. Uma nova licitação foi lançada, e os envelopes serão abertos nesta sexta-feira.
Desde 2008, quando deixou o antigo Teatro da Ospa, na Avenida Independência, a orquestra se apresenta em diferentes locais. O próximo concerto será nesta terça-feira, às 20h30min, no Salão de Atos da UFRGS. Serão executadas obras de Brahms, Hindemith e Gabriel Penido.
Um teto para chamar de seu
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Fábio Prikladnicki
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