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Esta quinta-feira é o dia de Porto Alegre reencontrar Caetano Veloso. O baiano passa pela cidade com o show de seu mais recente disco, Abraçaço, às 21h, no Auditório Araújo Vianna. Os ingressos estão esgotados.
Caetano sobe ao palco com a banda Cê, formada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado (bateria), companheiros de uma das mais inspiradas e vigorosas fases de sua carreira.
Estão previstas 23 canções, nove de Abraçaço e pérolas de diferentes fases do artista, entre elas as seis destacadas abaixo.
ATENÇÃO: O show de Caetano tem duração de uma hora e 40 minutos. Assim, dá tempo de conferir outro baiano ilustre que se apresenta hoje na Capital - Moraes Moreira, celebra os 40 anos do disco Acabou Chorare, dos Novos Baianos, às 23h, no Opinião (informações clicando aqui).
Você não entende Nada
Composta durante o exílio em Londres: "Quando eu chego em casa nada me consola / Você está sempre aflita / Lágrimas nos olhos, de cortar cebola / Você é tão bonita". Gal Gosta passou por lá e ganhou a música, gravada primeiro num compacto e, depois, em nova prensagem do LP Legal (1970). Na volta ao Brasil, ele gravou a faixa no álbum Caetano e Chico Juntos e ao Vivo (1972), numa versão combinada com Cotidiano, de Chico Buarque.
Triste Bahia
Faixa do clássico Transa (1972), inspirada num poema escrito no século 17 pelo baiano Gregório de Mattos. Vivendo em Londres, Caetano aproxima as percepções de ambos sobre a terra natal, críticas mas também líricas e saudosas, separadas por séculos e unidas pelo trauma comum do exílio forçado. A estrutura dessa canção épica tem base nos cantos de capoeira.
Um índio
Impávido que nem Muhammad Ali, apaixonadamente como Peri, tranquilo e infalível como Bruce Lee. Numa poesia romântica e delirante, o índio idealizado por Caetano "descerá de uma estrela colorida e brilhante / de uma estrela que virá numa velocidade estonteante / e pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante". Do disco Bicho (1977), do qual também tem tocado na turnê Alguém Cantando.
Mãe
"Palavras, calas, nada fiz / Estou tão infeliz / Falasses, desses, visses não /Imensa solidão." Outra composição de Caetano imortalizada por Gal Costa, no disco Água Viva (1978). Ele raramente a cantou. Ganhou presença simbólica no repertório à luz da recente morte da mãe de Caetano, Dona Canô - ela é citada numa faixa eventualmente incluída no show, Reconvexo, gravada por Maria Bethânia em Memória da Pele (1989).
Eclipse Oculto
Sucesso que colocou Caetano nas rádios e nas pistas de dança. É do disco Uns (1983). Uma das mais animadas versões dessa música não foi gravada em álbum, mas se encontra no YouTube: mostra Caetano participando de um show do Barão Vermelho (com Cazuza à frente) - posteriormente, a banda gravou a música, lançada apenas numa coletânea.
A Bossa Nova é Foda
A primeira faixa de Abraçaço (2012) abre os shows da turnê. É uma exaltação ao "bruxo de Juazeiro" (João Gilberto) e à força e ao vigor, tal qual um Anderson Silva, da batida que conquistou o mundo. Caetano costuma tocar nove das 11 canções do disco: além dessa, marcam presença Quando o Galo Cantou, Um Abraçaço, Parabéns, Um Comunista, Estou Triste, Funk Melódico, Quero Ser Justo e Império da Lei.