Aspectos do formato do Porto Alegre Em Cena foram questionados em uma série de encontros com candidatos à prefeitura de Porto Alegre promovidos pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul (Sated-RS), entre 27 de agosto e 12 de setembro, na Capital. Os eventos tiveram como objetivo repassar aos candidatos interrogações da classe artística sobre tópicos da política cultural da cidade.
O presidente do Sated-RS, Vinícius Cáurio, afirma que são três as principais reivindicações da classe artística a respeito do festival colhidas pela entidade: a diminuição da discrepância entre os cachês dos grupos gaúchos e de companhias de outros Estados, o aumento da presença de espetáculos locais de dança e uma mudança na seleção das atrações, de acordo com a lei municipal 7.590, de 1995, que estabelece uma curadoria com representantes do Sated-RS, do Departamento de Arte Dramática (DAD) da UFRGS e da Secretaria Municipal de Cultura.
- Os valores dos cachês para os espetáculos do Rio Grande do Sul são fixados em R$ 4 mil, enquanto os de fora do Estado são de R$ 40 mil, R$ 70 mil. Queremos saber se esses valores são relativos à qualidade artística ou ao custo de produção. Também temos no Estado companhias com diferentes níveis de experiência. Por que essas variações não são aplicadas aos espetáculos locais? - questiona Cáurio.
Comissão com 10 integrantes
De acordo com Luciano Alabarse, coordenador geral do festival, os valores se referem tanto à qualidade artística quanto ao custo de produção:
- A tabela é diferenciada em todos os festivais do país. Leva-se em conta a trajetória do artista, do espetáculo, as premiações. Não é verdade que os gaúchos são preteridos economicamente. As produções uruguaias ganham o mesmo cachê que as gaúchas. Além disso, uma peça local tem custo diferente de uma produção de fora.
Alabarse afirma que a seleção de atrações gaúchas é feita por um grupo de 10 profissionais, incluindo representantes da área da dança, e que produções de coreógrafas do Estado, como Carlota Albuquerque e Eva Schul, são frequentes no festival. Segundo ele, a lei que prevê uma curadoria compartilhada para todas as atrações não corresponde à atualidade:
- Essa lei foi feita após a primeira edição, que foi um balão de ensaio. A curadoria local tem representantes do DAD, e todos os integrantes são sindicalizados. Gostaria que essas pessoas (que reivindicam mudanças) interferissem construtivamente.