
O barítono alemão Dietrich Fischer-Dieskau, considerado um dos maiores cantores líricos do século passado, morreu nesta sexta-feira, indicou sua esposa Julia Varady à agência de notícias alemã DPA.
O cantor e maestro, que interrompeu sua carreira em 1992 e completaria 87 anos, é lembrado por suas interpretações de Viagem de inverno, um ciclo de Lierder de Franz Schubert, embora também tenha deixado gravado um impressionante repertório de ópera.
Um dos pontos mais importantes de sua carreira foi sua participação em War Requiem, principal trabalho do britânico Benjamin Britten, apresentado na inauguração da nova catedral de Coventry, em 1962.
O maior cantor lírico do século 20 estabeleceu novos padrões e influenciou toda uma geração. Por ocasião dos seus 80 anos, em 2005, o jornal britânico The Guardian publicou um perfil sobre sua extraordinária carreira.
Nele o barítono não escondia sua decepção por estar chegando aos 80. - É o começo do episódio final. Eu gostaria de poder ignorá-lo - disse.
Na época, ele já estava há mais de 12 anos fora do centro das atenções dos palcos. Para marcar seu aniversário em 28 de maio, houve cerimônias e premiações, uma nova biografia pictórica por Hans Neunzig; grandes seleções do seu enorme legado foram reeditadas e o próprio cantor deu uma série de entrevistas em sua casa de Berlim, onde ele viveu por mais de meio século.
Dietrich Fischer-Dieskau também foi conhecido como pedagogo e escritor.