Quem utiliza as redes sociais com frequência, dificilmente não foi impactado por algum vídeo dos porto-alegrenses Guga Lamar e Pedro Freitaz. Integrantes do duo GUPE – nome formado com as sílabas iniciais do nome de cada um –, eles viralizaram durante a pandemia de covid-19, quando passaram a publicar versões de canções famosas da Música Popular Brasileira em voz e violão. A proposta deu muito mais que certo.
Depois de um 2024 marcado pelo lançamento do primeiro disco e uma turnê que rodou o país, a dupla prepara sua estreia no Planeta Atlântida 2025. Eles serão atração do segundo dia do festival, que ocorre em 31 de janeiro e 1º de fevereiro, na Saba, em Xangri-la.
O duo promete levar ao Palco Atlântida "um dos shows mais especiais da carreira", como adianta Pedro. O repertório não deixará de lado os covers de clássicos da MPB que fizeram a dupla cair nas graças dos internautas, como Ainda Gosto Dela, do Skank; Resposta, de Samuel Rosa e Nando Reis; e Coisas Que Eu Sei, de Dudu Falcão, três das versões mais difundidas do duo.
— Quando nossos vídeos começaram a viralizar, ainda naquele momento de pandemia, as pessoas falavam muito que as nossas vozes traziam uma sensação de paz — lembra Guga.
— Recebíamos mensagens da galera dizendo que estava passando por um momento difícil, enfrentando diferentes tipos de dificuldades, e que ouvir a nossa versão de uma música era como uma cura. Isso é algo que, com toda sinceridade, nos deixa muito realizados, porque foi uma coisa que aconteceu espontaneamente — detalha o músico.
Canções autorais da GUPE que também são aclamadas pelo público, a exemplo de Ventilador e No Mesmo Tom, não ficarão de fora. Neste ano, foram mais de 20 músicas lançadas pelo duo. Algumas delas estão reunidas no álbum Dentro de Um Pra Sempre, que chegou às plataformas em agosto, demarcando o lugar dos porto-alegrenses também no terreno da composição.
— Valorizamos muito o nosso lado intérprete, pois foi fundamental para que nós conseguíssemos furar as bolhas que furamos. Ao mesmo tempo, queremos exercitar cada vez mais o nosso repertório autoral, porque ainda temos muito a dizer como compositores — avalia Guga.
— São dois pilares que nos deixam felizes e que nós levaremos para o palco do Planeta Atlântida — completa Pedro. — Será um show muito lindo, que estamos preparando com todo carinho. Para nós, também será a realização de um sonho de infância — detalha.
História com o Planeta Atlântida
Os artistas têm uma relação íntima com o festival. Isso porque, muito antes de serem GUPE, Guga e Pedro já eram planetários. Os dois estiveram na Saba tantas vezes que não sabem ao certo quantas foram, mas lembram de shows marcantes como os da banda Skank e o do estadunidense Sean Kingston.
Guga e Pedro contam que o "esquenta" para o Planeta costumava ser em um bar no centrinho de Atlântida. Lá, os dois se apresentavam no formato voz e violão, animando outros planetários que se preparavam para rumar ao festival. O pagamento era em bebidas.
— A gente aproveitava a nossa skill de músicos para conseguir beber de graça (risos). A galera cantava junto, era muito legal. Quando o dono do bar vinha com uma cerveja gelada para o nosso lado, a gente entendia que estava bom o show. Era o nosso "Planetinha" antes do Planeta — diverte-se Guga.
Para Pedro, o retorno dele e do amigo ao festival, agora como uma das atrações, será ainda mais especial pelo contexto em que a edição se insere. O Planeta Atlântida 2025 evidenciará a resiliência do setor cultural gaúcho, que ainda sente os impactos da tragédia climática, mas busca formas de seguir aproximando a arte das pessoas.
O artista celebra o grande número de músicos do Estado que estarão presentes no line-up do festival e aposta:
— Será uma edição emocionante para todos os gaúchos.