A Agência Tributária da Espanha reiterou que a cantora colombiana Shakira fraudou 14,5 milhões de euros (R$ 97 milhões) em impostos entre 2012 e 2014. Conforme informações da agência Efe, técnicos do órgão, que atua como uma receita federal, enviaram um novo relatório à Justiça em que refutam argumentos da defesa da artista de que ela não residia no país durante o período citado.
Os advogados de Shakira haviam apresentado a agenda dela de shows e participações em programa de TV como forma de provar que ela ficou menos de 184 dias na Espanha em um ano (tempo mínimo pra ser considerado residente) e, assim, não deveria ser obrigada a pagar os impostos. Além disso, afirmam que ela só fixou residência no país em 2015, quando nasceu Sacha, seu segundo filho com Gerard Piqué, jogador do Barcelona.
A investigação do governo espanhol, no entanto, entende que Shakira fingia não morar no país e também escondia sua renda por meio de uma rede de empresas. Em setembro de 2020, uma reportagem do jornal El País apontou que ela teria 14 empresas de fachada em paraísos fiscais como nas Ilhas Virgens e nas Ilhas Caymã para não precisar pagar impostos espanhóis.
Em 2018, Shakira e seu assessor nos Estados Unidos foram acusados de seis crimes contra a receita espanhola. Em junho de 2019, ela foi intimada a falar sobre o caso à Justiça espanhola. Em janeiro do ano passado, dois fiscais da Agência Tributária prestaram depoimento a um juiz e confirmaram que a artista teria cometido evasão fiscal entre 2012 e 2014.
Segundo o jornal espanhol El Periódico de Catalunya, o chefe do Tribunal de Instrução número 2 de Esplugues de Llobregat, em Barcelona, convocou uma nova rodada de depoimentos para 8 de julho. Serão ouvidos os técnicos da Agência Tributária e especialistas da defesa da cantora.
De acordo com a agência Efe, Shakira já devolveu à Agência Tributária os 14,5 milhões cobrados, além de juros e correções correspondentes, mas insiste que não tinha obrigação de pagar os impostos no período analisado.